quinta-feira, novembro 27, 2008

Avaliação dos professores: a solução



No Sofa, encontrámos a solução para o imbróglio da avaliação dos professores, algo entre o “eureka!” e o “ovo de Colombo” (não, não é aquele gigante que colocam no shopping por alturas da Pascoa), chamemos-lhe o “escalfado ovo de Colombo”. Ora aqui vai.

Tendo em contas os factos inquestionáveis seguintes:

1. O ministério quer avaliação;
2. Os professores não querem ser avaliados;
3. Existem cerca de 40 mil candidatos não colocados;
4. O sistema de avaliação proposto é uma merda.

Sugiro que se despeçam 40 mil professores entre os contestatários e que se empreguem 40 mil candidatos na condição de aceitarem ser avaliados; e, dada a escatologia do actual modelo, que se faça um “copy/paste” de um modelo topo de gama oriundo de um daqueles países de referência (Irlanda, Dinamarca, Singapura, Coreia do Sul, Nova Zelândia, …). Fácil, não?

sexta-feira, novembro 21, 2008

Contra o tempo



Ela parte hoje no primeiro avião a sair do país. As últimas palavras que lhe disse foram ‘tenta não sentir a minha falta’. Fez as malas, apanhou um táxi para o aeroporto. Pensava em tempo para pensar, escapar era o seu retiro.

Ele tinha 20 minutos até ela estar no ar. Não podia esperar, tinha que chegar lá. Pagou ao taxista 50 euros para atravessar a cidade; naquele mesmo momento ela estava a partir. Tinha que lhe dizer o que sentia, ela tinha que o saber, mas apenas lhe sobravam 16 minutos e o trânsito estava lento. Ele tinha sido um idiota por ter esperado tanto, mas tinha medo que as coisas corressem mal. Mas ali estava ele, com 13 minutos até ao meio-dia, se as coisas não estivessem já tão mal seria ainda cedo. Tentou manter-se calmo, mas continuava a pensar no que faria se ela não sentisse o mesmo?

Pararam num semáforo vermelho e ele tentou não chorar. O tempo estava a escapar-se. Ela pode estar a entrar no avião agora. Perguntou ao condutor se já estavam a chegar, “não”. Não tinha a certeza de conseguir, apenas sabia uma coisa: amava-a.

5 minutos passaram, outros dez eram perdidos, tudo mentira, não ia correr nada bem. Se ela já descolou irá desaparecer por meio ano. Passaram 21 minutos e estavam quase lá, ele viu um avião a descolar. Quando saiu do táxi eram já 5 minutos tarde demais, ela tinha partido.

Virou as costas ao ouvir uma voz, “Não sabia se virias”. Viu-a a correr. Ali estava, não tinha desaparecido. Esperou por ele todo o tempo. Abraçou-a forte. “Nunca mais adiarei abraços até à hora de partir.”

quarta-feira, novembro 19, 2008

O próximo dia


Sigur Ros - Viorar Vel Til Loftarasa

Entre os ciclos de lavagem e secagem, uma música. Em voo planado, em sonhos apanhados. O relógio institucional mostra horas a fugir disfarçadas. O teu apetite aumenta. Uma música prestes a tocar.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Silêncio #2



Um silêncio absoluto, ao início, ao fim. Entre um e outro, um silêncio que se sente, que faz sentir, que absorve tudo o que o rodeia. Um silêncio de pensamentos, incontrolável, desejado. À espera nas asas que podem mover a terra. Silêncio que conforta no desconforto que ele mesmo causa, do qual já disse demasiado. O silêncio apenas se descreve pelo silêncio.

Nesta forma de comunicação, digo-te alguma coisa. Ou, não.

quarta-feira, novembro 12, 2008

eighteen seconds before sunrise



Foi a música que me fez viajar. Viajei para fora de mim, a música fez-me isso. Estaria louco? Não, louco estava quem não se dispôs a partir. Foi um sentir raras vezes sentido, excessivo e transbordante. Talvez tenha sido loucura. Eles cantavam na língua da terra sem árvores; mas também não acho que precisem delas.

Takk. Por existirem; por partilharem algo de tão precioso connosco. Takk.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Ele está de volta



Ao contrário do que muitos portugueses menos esclarecidos andaram a pensar, Pedro Santana Lopes não entrou em combustão espontânea; antes pelo contrário, manteve-se apenas algo apagado.

Ele está de volta. E, com ele, comentários surreais de alguns analistas da nossa praça: que Santana Lopes “recuperou a credibilidade perdida” com a sua recusa em responder a questões. Isto é, ao não emitir qualquer tipo de opinião, o Pedro torna-se credível… Bem, não o podemos acusar de ser completamente idiota, s’il vous plait. Pensem só na dificuldade que ele deve sentido em manter-se inerte perante os media nestes tempos.

Pedro Santana Lopes, playboy lusitano, Camarinha do JetSet (não confundir com G7), o homem que desafia e quebra as regras da política clássica, o bébé espancado em plena incubadora, o Calimero pós-revolução sexual,...

sexta-feira, novembro 07, 2008

Entre ilhas




Andando por aí, um objecto de curiosidade de alguns, sorrindo para ti mesmo e para alguns outros, uma espécie de solidão e ao mesmo tempo distanciamento. Contra produtiva, como te apercebes mais uma vez. O caminho mais longo é o mais eficiente, aquele que salta entre ilhas, e pareces viajar em círculo.