Fui ver o filme que lidera as bilheteiras nacionais. Nunca nenhum outro filme foi tão visto na primeira semana de exibição. Um livro milionário que se transformou em filme milionário. E os críticos de cinema não perderam a oportunidade de fazerem a criticazinha da praxe; a literatura descartável que pode, ou não, resultar num bom filme.
Pensei que fossem críticos de cinema, mas afinal também percebem de literatura! Porquê que tudo o que é mainstream tem de ser considerado mau pelos supostos intelectuais. Será que a democratização das ideias põe em causa o estatuto de iluminados da triste elite de intelectuais.
Fui ao cinema, não fui ver o filme, fui ao cinema, fui à sala que não tem pipocas distrair-me um bocado. Sem expectativas. Não gostei do filme, foi fraco, muito fraco. Gostei do livro, não o transformei na verdade absoluta da minha vida ou da minha crença religiosa. Foi importante ter uma perspectiva diferente do que veio pre-formatado da minha educação religiosa, dos sermões dos padres, do mistério divino. Descartável? Pôs uma população inteira a ler, numa sociedade em que a leitura está longe de ser um hábito corrente. Os líderes religiosos entraram em pânico, fizeram comunicados, palestras, proibiram, ameaçaram. Descartável?
Quando tantos milhares de portugueses se interessam por um tema tão controverso, é porque estamos no bom caminho. Descartável? Os críticos é que têm de descartar as ideias preconcebidas do que é descartável, não é desprezível uma curiosidade colectiva que provoca questões e discussões.
É pena a arrogância não ser destacável!
7 comentários:
Vi o filme mas (ainda) não li o livro. Também achei o filme fraquinho mas confesso que agora tenho alguma curiosidade em ler um livro que vi nas mãos de quase todas as pessoas nas carruagens de metro, do comboio, a subirem escadas, a passearem, sentadas em bancos de jardim, nos cafés e restaurantes com acesas discussões entre amigos e conhecidos. Fiquei surpreendido em ver tantas, mas tantas pessoas a ler o mesmo livro.
Quando o livro foi publicado, fiz boicote(birra) a um livro que via em qualquer lado onde fosse, nos TOP's de tudo e mais alguma coisa. Preconcebi, com arrogância, uma ideia de propaganda generalista num livro que usava as crenças que as pessoas acreditavam. Um livro manipulador com alguns puzzles para despertar o raciocínio e interrogação. E perguntava a mim mesmo se o fenómeno acontecia se fosse escrito por um português. E aconteceu. Com o "Equador" (ainda não li), por surpresa minha. Percebi que tinha sido traído pelo meu preconceito, que não tinha qualquer fundamento.
É um livro. De ficção. E por sinal, bem escrito. Viciante. Controverso. Que ainda provoca curiosidade. Neste caso, provocou a minha.
Resolvi descartar a minha arrogância para um envelope e mandá-la para bem longe. Que venham mais códigos!
O livro não é assim tão bom. É interessante, não está no meu top.
Fez/Faz confusão ouvir/ler tantos críticos falarem mal. A verdade é que as pessoas/leitores gostam e não podemos pensar que vivemos num país/mundo de burros.
Há momentos para tudo e eu gostei do meu momento código da vinci.
só para escrever que o teu blog é uma bela merda. é mesmo muito mau. hasta
O anónimo é crítico de cinema. Temos que dar-lhe algum desconto.
Não deixa, contudo, de ser uma opinião e de estar no seu direito.
Obrigado, anónimo.
L. Gato,
Eu até o compreendo. Eu também ficaria chateado se fosse anónimo.
Abraço,
Fernando M.
Xiiii na pá...
Mais um admirador que se deu ao trabalho de comentar.
És sempre bem vindo. :P
Acho que é exactamente como dizes: eu também gostei do meu momento código da vinci, em correrias a contra-relógio, na peugada de nomes sonantes a cheirar a mistério.
Gostei da vertigem de chegar ao fim do livro, de resolver o mistério.
Agora tenho vontade de ir ver o filme. Como quem quer ver a prova de uma equação fácil de resolver.
Porque sim.
Mas lá que está longe do meu top, está!
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