Mais imagens do Haiti. É mesmo necessário mostrar imagens de pessoas em sofrimento? Sim, já sabemos que estão a sofrer, porra. A exploração do sofrimento humano atinge hoje e aqui uma dimensão mercantil: vende-se sangue, morte, gritos, pranto, … tudo o que o freguês quiser.
Mais do que a catástrofe natural, é o desastre em que a sociedade de consumo imediato se tornou que impressiona.
6 comentários:
Os meios de comunicação social em geral, e a televisão em particular, são tão influentes e poderosos que acabaram por inventar um mundo só deles onde não há espaço, nem interesse, para reflectir sobre os acontecimentos. E a concorrência dita as regras. O resultado é este: o vazio, a ausência de reflexão e, muitas vezes, o ridículo.
Mas o contrário de tudo isto não 'rende'...
Se este cenário pode mudar? Sim, acredito que sim. Bastaria que os leitores, ouvintes, telespectadores fossem mais exigentes em relação à qualidade da informação em vez de negarem a sua importância.
Beijo,
Sem dúvida, Maria. É claro que o lucro é o objectivo comum a todo e qualquer tipo de empresa (tirando as EPs) mas não é fim que justifique este meio.
Agradeço-te muito (in repeat) a preciosa colaboração.
Beijo-te,
Caros amigos, cada um de nós é um desses espectadores... por isso, façam como eu: ainda não liguei a tv esta semana... minto, vi um pouquinho do jogo de beneficência - precisamente para o Haiti :-) ... mas não vi sangue! Só alguns gritos. Mas vai haver! Pelo que vejo em algumas paragens de autocarro e no metro, andam para aí umas novas séries sobre vampiros...!
Desta não nos safamos...
Sim, essa é uma solução possível. Mas não invalida que, ao procurar informação sobre o que nos rodeia, deparemos com este tipo de ditadura imposta por uma maioria mediocre de gente que quer fazer guito e ganhar poder e gente que digere a desgraça alheia como cheeseburgers.
Abraços,
Mas por que razão devemos nós renunciar ao nosso direito de exigir mais qualidade na informação? Até parece que quando falamos de jornalismo estamos a falar de uma espécie de dogma qualquer e por isso «é melhor fechar os olhos, tapar os ouvidos e, se se conseguir a proeza, meter as mãos nos bolsos e assobiar para o alto como quem diz: isto não é nada comigo, la la la lala lala, não quero saber, la la lala...»
A curiosidade, o procurar saber, é algo inato no Homem. Exigir qualidade deveria também sê-lo pois só assim poderemos mudar este cenário.
Acrescento, em jeito de conclusão, as palavras de um mestre do jornalismo:
«Os nossos leitores, ouvintes e telespectadores são pessoas muito justas que rapidamente reconhecem a qualidade do nosso trabalho e, com igual rapidez, começam a associá-lo ao nosso nome; sabem que esse jornalista lhes dará um bom produto. É a partir dessa altura que nos tornamos jornalistas estáveis. Não será o nosso director a decidi-lo, mas sim os leitores.» R. Kapuscinski in, Os Cínicos Não Servem Para Este Ofício
Beijos,
Oi Maria. Não me estava a esconder nem a olhar para o lado.
Foi apenas um comentário irónico.
Concordo com as tuas palavras.
Cheers.
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