sexta-feira, março 26, 2010

Tejo



Um dia recordado de ar pesado, concentrado e azul como vapor; cúpulas ateadas em névoa sulfurosa; o rio como um selo cinzento e o sol emergente sobre Lisboa, pálido. Mas o dia é um copo inclinado e o seu sol uma sucata de ferro vermelho a verter em água parada.

2 comentários:

Maria disse...

A nossa sabedoria é a dos rios.
Não temos outra.
Persistir. Ir com os rios,
onda a onda.

E nos moveremos,
rio dentro do rio,
corpo dentro do corpo

[Carlos Nejar]

E esta certeza que és feito para mim na exacta medida que sou para ti.

Beijo,

Unknown disse...

Esta névoa sobre a cidade, o rio,
as gaivotas doutros dias, barcos, gente
apressada ou com o tempo todo para perder,
esta névoa onde comeca a luz de Lisboa,
rosa e limão sobre o Tejo, esta luz de água,
nada mais quero de degrau em degrau.

[Eugénio de Andrade]

Sim, somos a medida um do outro.
Beijo-te,