Um western brilhante e brutal,
como uma vingança deve ser: uma aventura das antigas em grande forma e estilo num
cenário de plantação de escravos, em 1858. O filme e realizado com a soberba
provocação e audácia de Quentin Tarantino, com chicotadas de crueldade, a
arrogância de quem sabe muito bem o que faz e o total desprezo em relação às
mentes formatadas pelo politicamente correcto. Soberbamente interpretado por
Christoph Waltz, Jamie Foxx (uma dupla como há muito não se via. Pulp Fiction?),
e Samuel L Jackson, na pele de um sinistro personagem chamado Stephen.
2 comentários:
"(...) um épico a recuperar um tema tabu, sobretudo para o Sul da América. Violência ficcionada - leia-se: para entreter -, a partir de violência real - leia-se: para incomodar, questionar, provocar, fazer pensar num tema varrido quanto possível para debaixo do tapete das consciências.
(...)
Não queiram culpar os filmes pela violência real, viria a dizer o realizador, dias mais tarde, quando uma gaguejante locutora de rádio lhe perguntava quanto teria sentido o peso do massacre naquela escola de Connecticut, sabendo do sangue que andava pelo seu filme. Peso nenhum, respondeu o realizador. Ela, a menina da rádio, porta-voz de um puritanismo público, insistiu, ainda mais titubeante. Ele, o realizador, arrumou a questão: falar dos filmes numa altura destas é, antes de mais, um desrespeito para com as vítimas e as famílias das vítimas do massacre. O que está em causa, acrescentava, não é o cinema, mas a legalização das armas e a doença mental."
Isabel Lucas, in Disparar sobre o pecado da América - jornal Público, 11/01/2013
É responsabilidade dos vivos deste tempo fazer, decidir, mudar, para que a História não se repita.
Beijo, El Gato.
Maria
Ele há muito politicamente correcto que nos quer tapar a realidade e a violência com uma peneira. A verdade não é um filme da Disney, não me tentem convencer do contrário.
Dificilmente me recordo de uma melhor abordagem à violência e à realidade americana do que a feita pelo Tarantino nos seus filmes.
Beijo-te,
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