Nunca vi esse corpo apesar de o ter tocado, as suas coberturas, sapatos, roupa interior. Esse corpo que mantém a promessa de não se abster, de modificar o seu comportamento, de parar o veneno. Mais insecto que animal. Esse corpo que quer sofrer, preso numa jaula de costelas, numa grelha de arame farpado que liga dente a dente com apenas o espaço necessário para respirar pois a humilhação pode tornar-se num objecto de desejo. Esse corpo que exigiu a minha lealdade, que me ensinou a tremer, que aprendi de cor a sua topografia de carne marcada, cada osso fracturado, cada lágrima de pele meio-curada.
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