No fundo somos um blog de conversas de sofá, é o que nos apetece no momento. Cuidado para não entornar o copo de vinho tinto. Põe a música mais alta. Hummmmm, tiramisu...
quarta-feira, maio 11, 2005
Revolta
Este ano decidi ir de férias para o Irão, um dos países do eixo do mal. Algumas pessoas ficam incrédulas a olhar-me desconfiadas ao mesmo tempo que me chamam doida. Outras perguntam-me o que é que eu procuro nestas visitas “perigosas” a países em guerra!
Eu digo que quero ter uma experiência diferente, quero desafiar as ideias impostas pelos EUA, ideias que eu repudio mas que muitas vezes encontro enraízas na minha maneira de agir, nas atitudes inconscientes face à cultura muçulmana.
Esta semana o Expresso referia o maior desastre industrial da história ocorrido em Bhopal nos anos 80, da responsabilidade de uma empresa Americana. Deste acidente resultaram mais de 20 mil mortes e mais de 150 mil pessoas ainda sofrem as consequências. O responsável pela empresa foi detido, pagou uma caução e voltou para a América sem ser julgado. Este é só um exemplo!
O que me custa a compreender é porquê que 3000 vidas americanas valem mais do que milhões de vidas no outro lado do mundo, ao ponto de justificarem guerras, bloqueios económicos e xenofobia.
Sim vou ao Irão, e o meu bloqueio vai para os EUA, país que nunca visitei nem tenciono visitar!
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2 comentários:
Eu sou mais de opinião que não se deve bloquear nenhuma das partes. Nos EU existe muita gente cuja única opinião é que vive num sistema que funciona e cujas únicas informações que tem são as que não foram filtradas pela censura. Nem uns nem outros pensam e sentem o Mundo como nós e só a proximidade a ambos pode contribuir para que os percebamos melhor. Se calhar, os americanos deviam ir de férias ao Irão e os iranianos poderem ter a oportunidade de pisar a terra das oportunidades.
A ti, desejo-te muito boas férias e tenho a certeza que quando chegares terás uns posts muito (ainda mais) inspirados.
Mas cada pessoa deve ser responsável pelo seu pensar. É tão fácil não pensar em nada, aproveitar a informação já digerida.
Claro que parte de mim ainda acredita que é possível fazer a diferença neste mundo. Sou mesmo assim sonhadora, com a cabeça nas nuvens, no espaço, na lua, na terra do nunca.
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