Um livro poético, uma história de amor da escritora portuguesa Ana Teresa Pereira, que representou, para mim, uma mudança inesperada de sentido, de força, de crenças e de esperança.
No antes, a vida andava mais cinzenta, mais triste, a razão ia ganhando terrenho à minha capacidade de sentir. Parecia que os velhos dilemas da adolescência voltavam para redescobrirem respostas apoiadas na razão. A minha velha frase, sempre dita com desfaçatez, voltava a martelar na minha cabeça: o amor não passa de um bug do sistema operativo. A crença, confusa e racional, de que a consciência humana é uma ilusão, que não passa de uma armadilha da mente para acreditarmos que somos mais que máquinas biológicas, o Ghost in the machin.
O livro falou-me de amor, do amor entre duas pessoas que não se entregaram a sentimentos não absolutos, que esperaram um pelo outro, mesmo sem saberem o que o destino lhes reservava, que não tiveram medo da solidão porque o seu íntimo era maior que qualquer companhia não inteira.
É bonito o amor...
Enquanto alguém acreditar que o amor existe eu também posso acreditar.
Foi assim que entrei no mundo da Iris Murdoch para não querer voltar a sair.
Sem comentários:
Enviar um comentário