terça-feira, março 28, 2006

Civismo? Só se for ele!



A questão do civismo está relacionada com práticas quotidianas, nomeadamente na forma como as pessoas contribuem para nada melhorar o bem estar além do seu próprio.
- A atitude cívica é inseparável da ética, é uma acção que segue princípios que um individuo escolhe, de livre vontade, para se relacionar com os outros. "Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti", é um exemplo de um princípio cívico que quase todos dizem e quase todos ignoram. O corolário actual é “faz aos outros antes que te façam a ti”.
- Um comportamento cívico é frequentemente encarado como o respeito por um conjunto de regras de convivência, fruto de consensos colectivos, que apenas visam integrar os indíviduos em algo chamado sociedade (que aqo contrário do que muitas pessoas pesam, nada tem a ver com a Caras ou o Jetset) e evitar conflitos. Dado o estado de abandono e incumprimento, deveriam as infracções graves serem punidas? Porque temos todos tanta aversão a sanções? Hoje, muitos pais não põem as suas crianças de castigo, receando talvez traumatizá-las, preferem passar o jantar a ver o dvd do Noddy.
- As sociedades são anteriores aos próprios individuos que as constituem. Tem memórias, valores e heranças patrimoniais que importam preservar, sob pena de perderem aquilo que as diferencia e individualiza como tais. O civismo é uma atitude de defesa da própria cidade e da cultura que a mesma possui. Será que só nos restaram os costumes dos bárbaros que cá andaram? O curioso é que esses bárbaros vinham dos chamados paises nórdicos, onde o civismo não é apenas uma questão de retórica.

O civismo é um conceito fundamental numa sociedade que garante direitos fundamentais dos cidadãos, como a liberdade e a igualdade, mas que em troca também necessita da participação activa dos mesmo. É aqui que reside o problema: quantos de nós participa? Quantos já se puseram à nossa frente e quantos desses já foram ultrapassados? Todos queremos chegar primeiro, todos temos pressa, queremos o melhor. Uma (a melhor ou a pior) das hipóteses é chegarmos todos ao mesmo tempo e lutarmos como se fosse pela nossa vida. Até que apenas um de nós reste. Esse afortunado, nunca mais irá ter que esperar por nada a não ser pela sua própria morte.

2 comentários:

Alexandre disse...

...se não passas por cima dos outros chamam-te banana e anjinho.

Unknown disse...

As pessoas gostam de dizer coisas.