No fundo somos um blog de conversas de sofá, é o que nos apetece no momento. Cuidado para não entornar o copo de vinho tinto. Põe a música mais alta. Hummmmm, tiramisu...
quarta-feira, março 08, 2006
Pequim
Agosto 2004
Fotografia da chegada a Pequim depois de quase 3 semanas de comboio desde São Petersburgo, perspectiva da porta da estação.
Lembrei-me desta fotografia porque fui ver “O Mundo”, o novo filme do Jia Zhang-Ke. Passa-se em Pequim, num parque temático sobre o mundo, com miniaturas dos monumentos mais emblemáticos das principais cidades mundiais.
Senti uma emoção entre a estranheza e a familiaridade quando mostraram a estação de comboios projectada na tela de cinema. Era a perspectiva de entrada, ele, forasteiro de passagem, ia apanhar o mesmo comboio que eu, mas eu cheguei e ele partiu. Eu encontrei uma cidade completamente nova à minha frente, um bafo de calor húmido e asfixiante, uma parafernália de barulhos irritantes e pessoas apressadas aos encontrões. Ele deixou uma cidade velha para trás, talvez um amor que provavelmente só teve importância no momento da partida.
É assim com a vida, quando somos confrontados com uma situação nova, a nossa atenção é absorvida pela novidade, pela agitação da curiosidade. Na partida, o nosso olhar é triste, fica sempre algo de nós para trás, pelo menos até subir os degraus de ferro da carruagem do comboio.
Não consigo ter uma opinião muito clara sobre o filme. Achei interessante no ponto de vista social e de encontro de culturas. Interessante apenas. Ficou a imagem da estação, um minuto em duas horas e um quarto de filme.
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