No fundo somos um blog de conversas de sofá, é o que nos apetece no momento. Cuidado para não entornar o copo de vinho tinto. Põe a música mais alta. Hummmmm, tiramisu...
sexta-feira, novembro 11, 2005
Classificados
Algo te identifica com o que se afasta de ti, e é a capacidade de voltar o teu maior arrependimento. Algo te separa do que permanece contigo, é a escravidão da partida o teu mais insignificante prazer.
Dirijo-me, desta forma, às individualidades colectivas, tanto como às colectividades individuais e aos que, entre umas e outras, continuam a marchar ao som das fronteiras ou marcam o passo imóvel no rebordo do mundo.
Algo tipicamente neutro interpõe-se entre o ladrão e a sua vítima. O mesmo se passa entre o cirurgião e o seu paciente. Meia-lua horrível, objecto furtado de peso indiferente.
O que há de mais desesperante na terra, que a impossibilidade em que se encontra o homem feliz de ter pouca sorte e o homem bom, de ser uma besta?
Aleijar-se, cair, regressar, partir! Toda a mecânica social se arruma nestas palavras.
(Nota: Confesso que foi um post no blog Uroborus - http://www.uroborus.nsilva.com - que me deu o ponto de partida para este texto. Obrigado RSD.)
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3 comentários:
Fez-me pensar bastante na ideia de "risco", viver na dúvida... mas não será aí, no admitir das não certezas, que reside o nosso próprio crescimento...?
Já agora, gostaria de agradecer a referência ao "Kafkiano" num vosso post de Outubro ( e do qual apenas agora me apercebi, reconheço que tenho andado um pouco ausente,mais do que o que pretendo). Obrigada, são sempre benvindos!
De acordo, Miss Kafka. Se ficamos há espera de certezas para avançar acabamos por envelhecer, sem crescer, imóveis, viciados na inércia ou, pelo menos, sem saber como sair dela.
Crescer é avançar perante a incerteza, essa é a única maneira de a transformar, de saber.
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