No fundo somos um blog de conversas de sofá, é o que nos apetece no momento. Cuidado para não entornar o copo de vinho tinto. Põe a música mais alta. Hummmmm, tiramisu...
domingo, novembro 06, 2005
Uma casa na escuridão
“O amor é o sangue do sol dentro do sol. A inocência repetida mil vezes na vontade sincera de desejar que o céu compreenda. Levantam-se tempestades frágeis e delicadas na respiração vegetal do amor. Como uma planta a crescer da terra. O Amor é a luz do sol a beber a voz doce dessa planta. Algo dentro de qualquer coisa profunda. O amor é o sentido de todas as palavras impossíveis. Atravessar o interior de uma montanha. Correr pelas horas originais do mundo. O amor é a paz fresca e a combustão de um incêndio dentro, dentro, dentro, dentro, dentro dos dias. Em cada instante de manhã, o céu a deslizar como um rio. À tarde, o sol como uma certeza. O amor é feito de claridade e da seiva das rochas. O amor é feito de mar, de ondas na distância do oceano e de areia eterna. O amor é feito de tantas coisas opostas e verdadeiras. Nascem lugares para o amor e, nesses jardins etéreos, a salvação é uma brisa que cai sobre o rosto suavemente.”
Este foi o livro que li durante as férias. As emoções da viagem foram ficando coladas às páginas do livro. Comecei por me sentir embalada pelas palavras, um poema em forma de prosa.
A escuridão chegou mais tarde, de repente. Fui surpreendida por uma violência que não conseguia compreender e as emoções atacavam todos os poros da minha pele até me deixarem entorpecida.
Talvez por isso tenha sentido a viagem de outra forma. As montanhas que pareciam esculturas de areia e me faziam sorrir a cada perspectiva nova. O almoço na montanha com as vozes Búlgaras ao longe. O grupo a tocar e a dançar sons ciganos à porta de um mosteiro. As velhotas a fiarem na soleira das portas numa povoação cheia de burros e carroças. As montanhas verdes salpicadas com as cores quentes do Outono.
Estive longe de casa, mas encontrei-me no fundo de mim própria.
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7 comentários:
Purykura, conta-me a tua viagem...de certeza que foi fascinante!
Às vezes, ler-te também é uma viagem... Que bom!
O amor. A descrição do amor. O encontro.
Uma viagem ao nosso encontro.
Já comecei a contar, Alexandre. O estado de espírito foi o mais importante. O resto vem com as fotografias.
Grande elogio Anoeee.
Quixote, o "amor" continua a ser o tema que não me cansa. É fascinante. Já me ouviram dizer que não acreditava. Já me ouviram dizer que era a única coisa que valia a pena na vida. No fim, não sei onde estou, não sei em que acreditar!
Ai! Que deprimida que eu estou hoje...
Deprimida?
E o meu fim de semana é que foi cinzento...
Aceitas um convite para qualquer coisa para, entre outras coisas, me contares a tua viagem e, quiçá, desprimir um pouco?
É que gostava mesmo de te ouvir, a tua viagem, apesar de não ter assim nada de transcendente, fascinou-me, e pelo blog já percebi que fazes muitas viagens destas!
Alexandre, já ouviste falar em mood swing? Pois é, eu sofro desse mal... Geralmente é para cima, mas há alturas que tudo é feio e triste. Não se pode ser estupidamente feliz todos os momentos...
Quanto ao convite, vou esperar pelo meu próximo momento estupidamente feliz para aceitar ;)
:)
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