À medida que passa, o tempo tende a misturar-se com tempo. Começa com os dias da semana. Segunda-feira primeiro confunde-se com terça. Depois é uma misturada que se junta a quinta-feira. Sexta-feira continua isolada, o entusiasmo, as saídas com os amigos, os dias intermináveis a comer em família, o livro que andava esquecido há 3 dias, desde o fim de semana passado.
Os meses também se confundem. A semana passada fui jantar com a Joaquina... Ãhhh... Não... Espera... Foi há dois meses...
Eu estou na fase dos anos. Estamos em 2005... Espera se calhar ainda é 2004... Não, não... Já estamos em 2007. Quantos anos tenho? Ai... Algures entre os 20 e os 30... Será? Mas já fui a tantas festas dos 30 anos! Será que já fiz a minha? Mas quando? Já me lembro foi em 2006.
Como será quando começar a confundir as vidas? E se não houver outras vidas? Será que o tempo se mistura com o vazio?
8 comentários:
Também assusta pensar que, se não contássemos o tempo, se calhar a vida passava num instante e nem nos lembrávamos de a viver... Por outro lado, talvez assim pudessemos viver sem aquela ansiedade que nos faz dizer, a toda a hora, tenho já esta idade, estou nesta fase da vida, daqui a x anos devo morrer, é melhor despachar-me... E que, desse modo, não nos deixa simplesmente olhar à volta e viver.
Eu às vezes confundo o sonho com a realidade, e depois ponho-me a pensar:
-Mas...isto aconteceu mesmo?
ou
-Acho que sonhei com isto...ou nao?
De resto, não contes, VIVE!
Também vivo da confusão do sonho, do sonho acordada e da realidade.
A situação complica-se quando o sonho não é agradável.
O tempo não para. É uma prisão. Cura as mágoas. Muda sentimentos. Desperta emoções. Faz-nos desejar. Ter medo. É angústia, curiosidade, tranquilidade...
Faz-nos pensar!
É isso tudo e mais uma coisa
(claro que sabes)
Saudade!
É!
O tempo desperta a saudade...
...
E dá fome.
Acho que vou comer pão com manteiga...
De facto, na ausência do tempo nunca poderiamos comer um bom bife com batatas fritas e ovo às costas.
A matéria também é vital. Mas nada disto serve sem a vontade de comer.
De facto, na ausência do tempo nunca poderiamos comer um bom bife com batatas fritas e ovo às costas.
A matéria também é vital. Mas nada disto serve sem a vontade de comer.
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