sexta-feira, dezembro 23, 2005

Tempo



Entre duas noites o dia: mar de luz que se levanta, relógio ao minuto. Enquanto avança o dia devora-se. E quando toca a fronteira em chamas começa a calcinar.
É meia-noite do início do século. Ouve-se o vento em fuga.
Todos nos questionam e acusam, mas nada nem ninguém responde. Nada persiste contra o passar do dia.

Ao meio da noite tudo acaba e tudo recomeça. O tempo luta com o céu; a única luz de um relâmpago. O tempo de uma vida.

6 comentários:

black_bri disse...

E será que esse tempo de vida é suficiente, para cumprimos todas as nossas missões, impostas por nós mesmos....

Unknown disse...

Nunca, nada é suficiente. A insatisfação, a voracidade e o desejo fazem parte do ser humano. Querer sempre mais e melhor é como respirar.

Vejo o tempo como um TGV que passa à velocidade máxima. Nós, somos a vaca que fica parada a olhar (um olhar imbecil que espelha a nossa impossibilidade); impotentes ruminantes, quase todos.

black_bri disse...

Se pudesse mandava o tempo parar, para fazer um pequeno balanço...

Unknown disse...

E não parando o tempo, qual o balanço possível?

black_bri disse...

Devia ter feito algumas coisas, para ficar positivo....

Unknown disse...

Estamos sempre a tempo de as fazer, refazer ou fazer outras.