Tenho que dizer adeus a quem sempre se despediu, porque se passa a vida a despedir. Nunca o fez de um modo sentimental, apenas dolorosamente; despedia-se sempre com a certeza de um viajante que nunca agarra o passado, porque quer a realidade presente, embrião do futuro. Esta procura de um tempo perdido é uma missão dos viajantes: ouvir o que não lhes pertence, agarrar o que não se viveu, olhar para um passado invisível e torná-lo transparente.
Agora vou fazer as malas.
3 comentários:
Não te esqueças de levar na mala a saudade...
Essa esconde-se sempre na mala. Nunca se deixa esquecida.
É assim mesmo que eu sinto uma viagem. Procurar algo que não me pertence e torna-lo meu de alguma forma.
Enviar um comentário