Esquece-te de mim, Amor,
das delícias que vivemos
na penumbra daquela casa.
Esquece-te.
Faz por esquecer
o momento em que chegámos,
assim como eu esqueço
que partiste,
mal chegámos,
para te esqueceres de mim,
esquecido já
de alguma vez termos chegado.
António Mega Ferreira
3 comentários:
Neste poema, ele decididamente apanhou o avião, mas na minha versão: na manhã do dia seguinte. Ainda ficou tempo suficiente para construir memórias que arrastam sofrimento cada vez que são tocadas.
Um pede para ser esquecido para poder recordar tudo até o momento da partida.
É um poema muito bonito. Aqui as memórias são positivas porque o um não se quer esquecer, só quer apagar o momento da partida.
A mim faz-me sorrir por tudo o que não esqueci!
Não há nada para além de momentos que vêm e vão?
Há sim, muito; há sempre sabores, cores e aromas, sensações tocadas, palavras sentidas e desejos por estrear.
Coisas que me fazem sorrir: barcos feios, framboesas e bandas sonoras de sofás. Hummmm, so good.
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