terça-feira, setembro 06, 2005

Um Poema (também sobre a memória)

Esquece-te de mim, Amor,
das delícias que vivemos
na penumbra daquela casa.
Esquece-te.
Faz por esquecer
o momento em que chegámos,
assim como eu esqueço
que partiste,
mal chegámos,
para te esqueceres de mim,
esquecido já
de alguma vez termos chegado.

António Mega Ferreira

3 comentários:

Anónimo disse...

Neste poema, ele decididamente apanhou o avião, mas na minha versão: na manhã do dia seguinte. Ainda ficou tempo suficiente para construir memórias que arrastam sofrimento cada vez que são tocadas.

Lu disse...

Um pede para ser esquecido para poder recordar tudo até o momento da partida.

É um poema muito bonito. Aqui as memórias são positivas porque o um não se quer esquecer, só quer apagar o momento da partida.

A mim faz-me sorrir por tudo o que não esqueci!

Unknown disse...

Não há nada para além de momentos que vêm e vão?
Há sim, muito; há sempre sabores, cores e aromas, sensações tocadas, palavras sentidas e desejos por estrear.

Coisas que me fazem sorrir: barcos feios, framboesas e bandas sonoras de sofás. Hummmm, so good.