No fundo somos um blog de conversas de sofá, é o que nos apetece no momento. Cuidado para não entornar o copo de vinho tinto. Põe a música mais alta. Hummmmm, tiramisu...
quinta-feira, setembro 22, 2005
BNW
Tento imaginar-me num mundo artificial onde a maior parte das pessoas são produzidas em fábricas, onde não existe liberdade ou moralidade tal como as conhecemos, onde seria considerado um selvagem devido à minha origem humana (por ter sido concebido por uma mãe e não numa proveta esterilizada, uma aberração nesse mundo equivalente ao que o maoísta Garcia Pereira representa no nosso).
O Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley é uma variação perversa das visões utópicas, versões Disney do progresso e dos efeitos fantásticos de todas as inovações. Este livro, escrito em 1932, enquadra-se no género do 1984 de Orwell; lida com controvérsias sociais relativamente aos efeitos dos avanços da ciência e tecnológicos numa futura sociedade.
Huxley analisa a forma como os avanços científicos podem subverter valores humanos. Manifesta uma preocupação que também é nossa: será possível uma sociedade negligenciar a individualidade no processo de veneração da ciência e da máquina?
Neste admirável mundo novo, as pessoas são criadas numa linha de montagem, não existem mães nem pais. As pessoas são normalizadas para determinada função profissional ainda antes do seu nascimento, na realidade é mais um output do que um parto. São dadas drogas às pessoas para se controlarem, não há liberdade pessoal apenas dependência induzida e alimentada. A realização de uma utopia pode resultar num inferno. Apesar deste livro ter sido escrito há mais de 70 anos, o seu interesse e a sua importância para a comprensão (ou, pelo menos reflexão) de muitos aspectos sociais é garantida pois a maior parte da tecnologia imaginada no livro tornou-se realidade. Exemplo disso são os medicos que conseguem produzir crianças com traços específicos, baseado no código genético de dadores seleccionados; há drogas que podem controlar “disposições” (o Prozac é o Soma actual).
Uma felicidade artificial? Blue pill, red pill? No pill!
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2 comentários:
Um verdadeiro prozac é uma noite de lua cheia a dançar no incógnito... De preferência descalça!
Um verdadeiro prazer é ver alguém a dançar na pista, de sorriso nos olhos.
O dj do Inc fica doido com a lua...
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