Bebo à nossa casa demolida, onde a perda reside solitária.
Tenta perceber: eu não podia segurar-te na mão, nem agarrar-me a nada.
Não consegui encontrar uma razão ou um sinal de que tudo não estaria perdido.
Tentei encontrar uma pista. Esperava encontrá-la enquanto aguentava o fôlego; tentei reencontrar uma casa onde pudesse viver sem quem amava. Como poderia saber que iria encontrar apenas a árvore, sem fruto nem folhas, onde os amantes há muito desaparecidos costumavam ir?
Deixei a minha casa nas núvens e caminhei para a vida seguinte.
5 comentários:
As memórias estão na nossa cabeça e a chatice disso é que nos seguem para todo o lado. Porque não se limitam a ficar nas paredes?
Tentei por as minhas numa mala e livrar-me delas num penhasco, mas não foi preciso, bastou subir uma montanha e ver a vida que havia do outro lado.
Ou então mergulhar no mar e sentir a água fresca a acariciar a pele. E mais uma memória feliz!
E quando moramos no mesmo prédio...O que fazemos?
Caminhamos para a vida seguinte.
Sabendo que renascer não é fácil.
Não é fácil, mas vale a pena.
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