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Cheguei para almoçar ao sítio do costume (Broa de Mel, em Linda-a-Velha) e o Sr. Zé lá avançou uma sugestão: “hoje temos uma feijoadinha de coelho”. Pareceu-me estranho mas bom. “A feijoada então, Sr. Zé.”
Só quando a iguaria chegou à mesa me lembrei já ter comido feijoada de lebre, pelo que, esta seria uma versão “mainstream” e mais económica da coisa. Com o decorrer da degustação chego à conclusão de que o coelho era aqui irrelevante, podendo facilmente ser substituído por gato, porco ou até mesmo uns nacos de caniche; o importante na feijoada é (por estranho que pareça) o feijão, para além do refogado, uns enchidos e umas folhas de couve que serviram de isco ao coelho. Há, no entanto, algumas excepções dignas de registo em que algo se sobrepõe ao hidrato de carbono: a feijoada de lebre à moda de Elvas da Tasca do Manel (Bairro Alto), a feijoada de chocos do Retiro do Raposo (Bucelas) e a feijoada de búzios do Sacas (Zambujeira do Mar).
Mas estava bom, sim senhor Zé.