sexta-feira, abril 30, 2010

A Assembleia quer guito!



A título de aperitivo, eis alguma das rubricas do Orçamento que foi publicado em Diário da República (em milhares de euros):

1. Vencimento de Deputados - 12.349
2. Ajudas de Custo - 2.724
3. Transportes - 3.869
4. Deslocações e Estadas - 2.363
5. Assistência Técnica (a quê?) - 2.948
6. Outros Trabalhos Especializados (quais?)- 3.593
7. Serv. Restaurante, Refeitório, Cafetaria - 961
8. Subvenções aos Grupos Parlamentares - 970
9. Equipamento de Informática - 2.110
10. Outros Investimentos (quais?) - 2.420
11. Edificios - 2.686
12. Transfers Diversos (para onde?) - 13.506
13. Subvenção aos partidos representados - 16.977
14. Subvenções estatais p/ campanhas - 73.798

Isto são apenas algumas das rubricas do orçamento da Assembleia da República. Em resumo, e no total, a despesa orçamentada para aquele Olimpo de sobrehumanos, relativamente ao ano de 2010 é a módica quantia de € 191 405 356 (191 Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos) - ver folha 372 do Diário da República nº 28 - 1ª Série -, de 10 de Fevereiro de 2010.

Nos termos do disposto no Artigo 148º. da Constituição da República Portuguesa: "(...) A Assembleia da República tem o mínimo de cento e oitenta deputados e o máximo de duzentos e trinta deputados, nos termos da Lei Eleitoral (...) ". Assim sendo, suportamos por cada deputado… hum… ora 191… é fazer as contas!

E já há quem fale em prescindir do subsídio de férias por causa da crise… prescindir de um direito que é fruto do meu trabalho para alimentar estas mordomias? Vão-se mazé todos encher de adubo orgânico!

quinta-feira, abril 29, 2010

Chavez no Twitter



Ainda estou para ver com que regularidade irá el presidente comprimir os seus discursos destravados, folclóricos e epicamente sinuosos para o novo meio de comunicação. Ele é um talentoso comunicador de TV, ao nível de um José Mourinho com alguma coisa de Valentim Loureiro (que não os chinelos) mas, como a sua própria mãe admite, desde pequeno que não sabe quando estancar a verborreia.

O seu show de domingo, Alo Presidente (uma espécie de Praça da Alegria versão macho sem idosos nem colectividades de Barbadães), é um monólogo largamente improvisado que facilmente ultrapassa as prestações de um Luis Miguel Cintra, chegando a brincar às 54.000 palavras, ou 333.000 caracteres, cerca da dimensão de um romance de uma Margarida Rebelo Pinto mas sem os 1.033 “sei lá” e os 3.010 “oiça”.

quinta-feira, abril 22, 2010

Ai, o senhor engenheiro!



“He wants to live on through something-and in his case, his masterpiece is his son. all of us want that, and it gets more poignant as we get more anonymous in this world.” [Arthur Miller]

Dedicado ao meu pai que anda cá desde 1936 a aviar camónes.

segunda-feira, abril 19, 2010

Rent-a-body


Martin Kippenberger
Ele há muitas pessoas que tratam o seu corpo como se ele tivesse sido alugado na Hertz: uma coisa que estão a utilizar para andar por aí mas nada que genuinamente desejem compreender.

terça-feira, abril 13, 2010

Intolerância Religiosa: Causa e defeito



«Cardeal Tarcisio Bertone, “número dois” do Vaticano, diz que há uma «relação entre pedofilia e homossexualidade», em declarações registadas pela CNN chilena.» (Fonte: TSF)

Tendo em conta o universo de homossexuais e o dos padres, parece-me mais do que evidente uma relação entre os membros do clero e a pedofilia. Não é preciso saber muito de estatística para chegar a esta conclusão, mas as mentes religiosas já provaram vezes demais a sua resistência às ciências (mesmo as exactas como a geografia e a astrofísica, por exemplo).

segunda-feira, abril 12, 2010

A ala que falta



Grande parte dos recalcamentos religiosos relativamente ao mundo moderno devem-se à inexistência de alas psiquiátricas no Vaticano e em Meca.

Eu acho que a religião tem sido uma maldição para a humanidade – os serviços modestos e sobreavaliados no plano moral têm sido mais do que superados pelos estragos que tem feito para erradicar o pensamento no seu estado puro.

quinta-feira, abril 01, 2010

Considerações metafísicas em redor da Páscoa



Vivemos tempos paradoxais no que diz respeito às crenças religiosas. De facto, relativamente à Páscoa dou por mim atarrachado ao significado do meu "agnosticismo". Está tudo muito bem escondido atrás de um "não sei" quando se trata dos grandes fundamentos metafísicos da religião: Deus existe? (Eu não sei.) O que acontece quando morremos? (Eu não sei.) Somos trazidos a este mundo com um propósito transcendente? (Eu não sei, menino.)