sexta-feira, julho 06, 2012

Este Belcanto do Avillez



Agradeço desde já ao meu querido cunhado o convite para este fantástico jantar no Belcanto, o restaurante de José Avillez. “Não custa nada.” Claro que custa chef, não se atinge este nível para além da atmosfera assim por acaso.
Este é daqueles raros sítios em que há uma relação emotiva com as iguarias, e um chef que merece bem a reputação. O espaço é sóbrio, acolhedor, de um subtil e discreto bom gosto, além de revelar um enorme respeito pela história do local. Vamos então à refeição. Depois de uma excelente série de pequenas entradas para animar a boca, comi uma cavala marinada e braseada e, como prato principal, um salmonete com molho dos fígados e ovas vegetais. Terminou-se com uma sobremesa chamada Tangerina, com o citrino em diversas texturas e temperaturas. Tudo nada menos do que soberbo.
É óbvio que este nível de cozinha tem o seu preço e não será para todas as bolsas. Não o aconselho a quem não dê o devido valor ao que come ou que o faça apenas para encher o bandulho. É um mimo que me posso permitir oferecer (vá lá) uma vez por ano, mas isso sou eu e as minhas prioridades. Na realidade não se trata de comida óptima ou de um bom restaurante, é uma experiência que emociona.