terça-feira, abril 24, 2007

25 de Abril, sempre?

Escrevo de Portugal, uma terra verdadeiramente acomodada. Esta é a terra da reforma agrária dos jipes, três galinhas e dois limoeiros, do subsídio e do orgulho revolucionário. E parece que o tal subsídio, a baixa, o direito adquirido, vão alimentando até à obesidade estas amostras de homo-sapiens.

Pergunto-me por quanto tempo se deixará ficar o animal confortavelmente no sofá, alimentando-se da fruta espanhola e dos congelados multinacionais enquanto arrota pescadas à cara da globalização?

segunda-feira, abril 23, 2007

Falkenberg Farewell



O ultimo verão em Falkenberg. Cinco amigos de infância que se tornaram pequenos homens. David ansei voltar a ser uma criança e Holger nunca há-de sair dali. Dois amigos que se escapam para a floresta e o mar, para longe do futuro. Jesper regressa constantemente a casa sem que ninguém tenha notado que havia partido. Jörgen financia a sua empresa de catering, “Breakfast in bed”, assaltando casas. E John, sempre mal disposto, contudo acredita que o bacon o faz feliz.

O futuro é tecido no horizonte, mas eles não estarão lá para o ver. Falkenberg Farewell – um filme sobre amizade, memórias e um último adeus à pequena cidade junto ao mar.


Festival Indie: 24 Abril, 18h45, S. Jorge 3

quinta-feira, abril 12, 2007

Metamorfose



Sonhei que tinha entrado num corpo do qual não me era fácil sair, e que enlameava os meus pelos nos pantanos mais pútridos. Uma recompensa? Um objecto dos meus desejos: não pertencia mais à humanidade! Assim o entendia eu, sentindo uma profunda alegria. Rebuscava as boas acções que tinha feito para merecer este favor. A metamorfose como magnífica repercussão de uma felicidade perfeita e esperada há muito tempo. Por fim tinha chegado o dia em que eu me converti num porco!

quinta-feira, abril 05, 2007

Páscoa... e depois?

Aparentemente, a acreditar no dogma cristão, Jesus Cristo ressuscitou ao terceiro dia... e depois, foi para onde?
Comer coelhos de chocolate? Sim, porque isto de estar morto durante três dias deve dar alguma fome.

segunda-feira, abril 02, 2007

The Fountain



Um poema cinemático, "The Fountain" esgravata aqueles velhos pensamentos de vida e morte que com tanta facilidade deixámos adormecer na nossa mente dia após dia. Uma mão cuidadosa, artística, pinta imagens, cenas que invocam sentimentos que fazem sentido. Agora, mais do que sentido, o filme faz sentir. A beleza está presente em diversos níveis: texturas, padrões, intimamente perto, uma atmosfera de luz de vela, sépia. Uma experiência visual extrema.

Não podemos derrotar a morte, e uma vez que a aceitamos, a vida chega-nos, talvez nem sempre como a pensámos.