quarta-feira, setembro 02, 2009

Uma das tardes



O meu avô apontou-me o sol vermelho a ponto de desaparecer. Disse-me que este solo é horroroso, mas que o céu é dos mais bonitos do mundo, tão bonito como as pirâmides do Egipto ou o arranha-céus do King Kong. É a oitava maravilha do mundo mundial. Estava tudo tão quieto como num filme que deixaram na TV em que um avô e um miúdo eram os últimos a sair do cemitério depois do enterro de um que era negro. Mas isto era muito melhor porque no filme da minha vida não havia nenhum morto de momento, tinha-me prometido o meu avô. Não vais acreditar, mas foi uma das tardes mais felizes da minha existência no planeta Terra.

1 comentário:

Anónimo disse...

Levar-te-ei, sorrindo, pelo braço
até quando as palavras
não forem mais que sombras;
até quando as estátuas
se aborreçam da vida e pulverizem;
até quando os lagos
noivaram as nuvens e se puser o Sol.
Levar-te-ei, não esqueças,
até ao pôr-do-sol.

(A.R.Navarro)

Um abraço,