Ilha do Farol

Tirando aquele período entre Julho e Agosto, a insuportável e repetitiva música que se ouve nos bares (brasileiradas, chill outs e reggae do costume), a gente bruta de Faro e Olhão (com algumas excepções), o pessoal a querer divertir-se à força de cervejola e caipirinha, e a rotina do mesmo pessoal nos mesmos sítios noite após noite a contar as mesmas coisas. Pessoas que dizem que "a Ilha é um lugar mágico" mas o que lá fazem poderiam fazer na Caparica.

Nam June Paik

Nam June Paik, o pai da "video art". Sabem, aquele "hype" muito à frente e alter-moderno das instalações vídeo? Este senhor já fazia disso em 1974, ainda andavamos nós em PRECs desconstrutivistas, murais de inspiração soviética e "pop art" constrangedora.

As Mulheres Padres do Demo

"Ordenamento de mulheres é crime a par da pedofilia para o Vaticano" (in Público, 15.07.2010)

O Vaticano declarou recentemente que todas as mulheres que tentarem ser ordenadas ou os bispos que as tentarem ordenar serão automaticamente excomungados da Igreja. E ainda há quem se surpreenda com isto? O que me surpreende é que, sabendo as posições retrógadas da igreja e o papel secundário e obediente que elas desempenham na Bíblia, a maioria dos crentes seja do sexo feminino. Desde sempre, as mulheres estiveram ao nível da vaca que aquece o menino Jesus (servindo as tetas de ambas para o mesmo fim), mesmo quando a sociedade aprovava leis que promovam a igualdade entre os sexos.

A Igreja prova estar, uma vez mais, na vanguarda dos tempos atrasados.

Conversa com um arquitecto

Dizia-me um amigo arquitecto que o problema são as perspectivas a médio prazo. Sim, é bem verdade, não me parece que o sector da construção vá recuperar tão rápido. Mas ele há muitos edifícios a ameaçar ruir e onde serão construídos outros; parece-me que o futuro do sector será a renovação do parque habitacional. Se bem que, chamou-me ele a atenção, a renovação seja muito mais cara quando é feita a sério; e que, normalmente, chama-se renovação a trocar os fios electricos e voltar a pintar. Mas já está a ser feito. Veja-se o que se tem recuperado ali para os lados do Incognito, 24 Julho e Alcantara, e não me parecem coisas de trocar fios.

E para que mercado? Sim, claro. classe média-alta, o povo já tem os suburbios para viver (que ele próprio escolhe e aumenta). Serão suficientes os nichos de mercado? Se calhar representam pouco em termos relativos mas são significantes em relação às verbas envolvidas. Para além disso, se tomarmos como área de intervenção o território nacional (e não apenas Lisboa), parece-me que os nichos não serão assim tão poucos. Outra área que também me parece ter potencial são residências fora de áreas urbanas: montes, casas de campo, turismo de habitação, …

E as taxas de juro? Não me parece que sejam umas décimas acima que irão impedir investimento. Irão sim, seleccioná-lo (quase) naturalmente. É a tal "mão invisível" da economia, aliada à teoria da selecção natural: os fracos morrem, os fortes (quem sabe investir) crescem.

Caracóis de São Bento

Ontem o dia acabou em beleza com uma caracolada das valentes. O que começou por ser uma combinação expontânea com um dos meus estimados primos acabou num grupo de uma dúzia de comensais a debater-se com travessas de caracóis, caracoleta assada e, para arrematar, um fantástico pica pau acompanhado por umas batatas fritas das verdadeiras e à antiga portuguesa.

Os "Caracóis de São Bento" são, sem dúvida, os melhores de Lisboa. Obviamente, recomendo-o.

Marisqueira "O Relento", Algés

Até que enfim, uma marisqueira sem a merda de uma TV e gente bruta aos urros! Com uma decoração minimalista sóbria, limpa e com espaço entre as mesas. Ah pois, e a comida... Umas fresquissimas ostras de Setúbal de entrada, perceves das Berlengas a preço de oiro (70€/kg a recomendar moderação) e umas vieiras grelhadas a encerrar o repasto em beleza. Onde? "O Relento", em Algés.

Obviamente, recomendo-o.

Ibo

O restaurante Ibo é, definitivamente, um dos meus locais de eleição. Além da localização, em cima do Tejo e muito perto da estação fluvial de Cais do Sodré, das pessoas que lá trabalham (desde o meu amigo Rodrigo a tomar conta da sala, o Chef João Pedrosa na sempre impecável cozinha meio à vista, até ao restante pessoal simpático, atento e eficiente) e, claro está, as iguarias.

Ontem, estivemos lá (The Cook, the Cat, his Wife and her Brother). Fui o primeiro a chegar, ainda a arranjar as mesas, o Rodrigo abriu uma garrafa de Castello D'Alba e serviu-me um copo. Que belo branco do Douro Superior! Perfeito para beber assim "a seco" num final de dia junto ao rio.

Chega a Maria e, depois, o seu irmão (meu homónimo). Passou-se então ao repasto: umas ameijoas da lota de Portimão recém-chegadas e confeccionadas como manda o Sr. Bulhão Pato (não estavam no menu, sugestão do chef), salada de caranguejo real do Alasca com manga e (no meu caso) lombo de bacalhau assado com pesto de azeitona preta e lascas de parmesão. Tudo, e como sempre, muito bom. A qualidade da matéria-prima é irrepreensível e o João tem mão para o tempero "da coisa".

Obviamente, recomendo-o.

El Facebook es muy adelante

A administração do Facebook em Espanha tomou a muito moderna decisão de não permitir a publicação de uma campanha publicitária para promover o novo disco dos Scissor Sisters, a qual foi considerada «inapropriada e excessivamente explícita».

São de facto "muito à frente", uma espécie de lápis lazúli tecnologicamente avançado.

O IVA sobe para cima, o Queiroz para baixo

“O primeiro dia de Julho marca a entrada em vigor do aumento em 1% no Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que vai afectar, nomeadamente, a restauração e combustíveis. O IVA sobre os bens de primeira necessidade vai passar para 6%, a taxa intermédia sobe de 12 para 13% e a taxa normal passa de 20 para 21%.” (Presstour 01-07-2010)

Caso contrário, como pode o Estado pagar ordenados de 15 presidentes a um treinador? E é bem mais fácil do que obrigar os principais clubes de futebol a pagar os milhões de euros em dívida às finanças e SS.

Eu não concordo com o facto do futebol estar sob a alçada do ministério da Cultura. Quanto muito, o ensino do desporto devia estar sob a alçada do ministério da Educação. Quanto aos clubes, e tal como as empresas, sob a alçada do ministério das Finanças. Como se justifica que continuem a acumular dívidas ao fisco e à SS, clubes que compram jogadores por milhões e lhes pagam salários pornográficos a troco de pontapés no esférico? Será que o Benfica vai utilizar o guito da venda do Di Maria para liquidar as dívidas á Segurança Social?