quinta-feira, janeiro 27, 2011

"Primeira Paixão" tinto 2007 (Portalegre)



Almoço no Fialho, da Amadora. Comecei por pedir um “Primeira Paixão” tinto 2007 de Antonio Saramago e Fransciso Albuquerque (Portalegre). Cor vermelha com nuances violetas a evidenciar alguma juventude; aroma intenso; 1ª impressão de framboesas, mirtilhos, groselhas; à medida que se oxigena, notas de especiarias, frutos do bosque em compota, amoras e madeira equilibrada; sabor seco, acidez suave, alcool presente, taninos intensos e atrevidos, encorpado e final de boca persistente. Resumindo: não é um vinho fácil.

Os dois convivas de maior idade não apreciaram e pediram um “Monte das Servas” tinto 2008 (Estremoz), com muita fruta e pouco corpo e de final curto. Deste já gostaram, “não gosto de vinhos secos”. Este era fácil.

terça-feira, janeiro 18, 2011

As cinzas do Carlos Castro



O funeral de Carlos Castro foi realizado em Newark. Um agente a quem foi pedido para comentar não conseguiu dizer se espalhar cinzas na cidade era ou não ilegal mas que achava que uma pessoa podia ficar homossexual se as inalasse.

Depois da cerimónia, as duas irmãs e um amigo levaram as cinzas para o Times Square e deitaram-nas por uma grade do metro abaixo. Disseram que estavam a realizar os desejos do Carlos e da Caras.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

25 de Abril Redux, poeta Alegre?



Longe de mim fazer de uma situação complicada uma ainda mais complicada mas chegou-me um cheiro a ideais apodrecidos no ar. Os sindicatos andam a ameaçar com mais greves gerais; em Portugal ergue-se de novo a possibilidade de uma primavera escaldante. Mas qualquer historiador que se preze (o que exclui o Fernando Rosas) irá dizer-te que há frequentemente um lapso de tempo entre o início de um desastre económico e a acumulação da fúria social. No primeiro acto, o rebentar de uma crise despoleta inicialmente a desorientação irracional; a procura apressada de messias políticos; respostas instintivas de auto-defesa, mas não uma mobilização organizada de indignação enraivecida como o que o poeta Alegre bem tenta esgalhar.

terça-feira, janeiro 11, 2011

Agora a sério



Agora a sério. O culpado aqui não é o homem agredido durante uma hora, morto e amputado com um saca-rolhas. Independentemente de se tratar de uma “bichona velha e arrogante”. Assim como a vítima não é um jovem adulto, letrado e sem atraso mental que seja conhecido, que se tornou próximo de um homem mais velho e de tendências sexuais bem conhecidas, privou e foi com este numa viagem a Nova Iorque (tudo isto voluntariamente), onde o assassinou brutalmente, confessou o acto e afirmou “eu já não sou gay”; este jovem adulto e consciente tinha vontade própria e, a qualquer momento, podia ter dito “não” ou telefonado para a sua mãezinha ou para os bombeiros sapadores de Cantanhede.

Não há nada que desculpe este acto.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Irreal Social



A sociedade vai nua e é autofágica. Ela própria cria e destroi os seus ídolos com prazo de validade apertados. A sociedade é também o povo, a audiência de desgraça alheia, as palmas pagas à hora e alimentadas a sandes em película aderente, os falsos e efemeros ídolos.