sexta-feira, março 16, 2012

Tomba Lobos, Portalegre


Lacão assado no forno, Chef Júlio Vintém
Fomos em direcção a Portalegre com óptimas referências do Tomba Lobos e já com uma mesa reservada para almoço. Chegámos até um pouco cedo demais mas não fomos nada mal recebidos por isso, antes pelo contrário. Lá estava uma bela mesa com vista sobre o jardim.

Vieram então uns “peixinhos da horta” para a mesa. Na realidade, era mais tempura que peixinho: uma massa fina e estaladiça a envolver feijão-verde, cebola, pimento, … uma óptima e deliciosa surpresa. Deliciosos também o queijo de cabra artesanal e o carpaccio de bacalhau. Nas iguarias principais, as pataniscas finas e estaladiças estavam bastante honestas, embora as migas que as acompanhavam pudessem ser um pouco mais interessantes (de hortelã? tomate?). Veio também um lacão de porco assado no forno para a mesa e aqui é que a coisa rebentou a escala: o joelho do bacorinho é desossado e submetido a uma cozedura para amaciar a carne (as minhas desculpa ao chef Júlio Vintém se estou a induzir em erro), é depois panado com pão ralado e vai ao forno apenas o tempo suficiente para criar uma crosta estaladiça e consistente. Nada menos que perfeito.
Acompanhou-se com vinho tinto da região: Pedra Basta e Terrenus, ambos do enólogo Rui Reguinga. Vinhos sugeridos pelo simpático e eficiente serviço de sala e que se revelaram óptimas escolhas.

Saímos de lá conquistados e com intenções de regresso. Obviamente, (re)comendo.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Foi Bocca


Tinha já ouvido falar muito do Bocca e as minhas espectativas eram as melhores. Levaram-me lá e não me convenceu. É restaurante de frieza armada em chique, com empregados a condizer; a qualidade das iguarias é de facto muito boa, mas de parca quantidade e de preços inflacionados; a muito gabada carta de vinhos é de facto impressionante mas está longe de ser a melhor, falta-lhe equilíbrio (o tinto mais barato custa 22€).

Comeram-se umas ostras de entrada, saborosas e frescas mas nada que justificasse os 3,50€/cada. Depois chegaram as minha vieiras (tão somente duas) sobre um risotto de marisco, agradaram e comeria outras duas se não tivesse de recorrer ao FMI; de qualquer maneira, em nada superiores às belas vieiras do Ibo. Provei o curto filete de corvina a baixa temperatura com xerém de ostra da minha Maria e também me agradou mas, mais uma vez, nada que justificasse o preço. Acompanhou-se com um Vinha do Almo Escolha 2008, um discreto alentejano com aroma de frutos secos, de sabor interessante e com taninos macios.

Foi Bocca.

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Nonsense I


Bem-vindos ao parque onde eu a levei até ao rio, para falar sobre gregos, sexo e David Lynch. Cigarros descartados do verão passado drenados de sarjetas para a água de peixes saudáveis. A sua cabeça eclipsou o sol, mas ainda estava tudo tão vibrante na minha visão periférica. Não conseguimos dançar buzinas e autocarros, fomos então dormir na relva do outro lado.

sexta-feira, dezembro 02, 2011

E agora, Pierre e Fritz?


Após séculos a tentar dominar a Europa, as duas maiores potências do continente estão a aprender uma dura lição. A França e a Alemanha estão claramente a liderar a luta para resolver os problemas financeiros da Eurozona e todos parecem estar na linha Franco-Germanica. Até a Grécia ter decidido que não queria lá mais disso. A decisão do governo Grego de realizar um referendo ao "pacote de austeridade" atirou o gato para o meio dos pombos.

Diz que a Chanceler Alemã Angela Merkel e o Presidente Francês Nicolas Sarkozy ficaram pior que ursos com o Primeiro Ministro Grego George Papandreou. Estavam mesmo a pedi-las. Eles passaram os últimos três ou quarto séculos a tentar ser os super-ratos-da-barbatana na Europa, intimidando todos os outros países até à submissão. Não conseguiram fazê-lo à força das armas, vai daí estão a fazê-lo à força do guito.

Dá trabalho, não dá? E nunca aprenderam a fazer a coisa como deve ser, porque na realidade nunca tiveram o devido controlo dos borregos mediterranicos. Dominam agora o continente, mas descobriram que isso lhes aleija o bolso e não estão a gostar da sensação. Desculpem lá termos nascido, Pierre e Fritz – e agora, a Europa ou o guito?

segunda-feira, novembro 28, 2011

O Imundo dos Dinossauros.


Este sábado decidimos levar o borreguito a ver “a maior exposição da Europa” sobre dinossauros.
A maior da Europa? Só se for de espaço vazio e de coisas merdosas. Gastou-se 22 € para ver ossadas falsas, bonecos a dar para o dinossauro que se mexiam como um paraplégico sedado e emitiam grunhidos digitalizados (very) lo-fi, …

Ah pois, o filme 5D. Exacto, todos os cinco sentidos: a visão de uma animação ao lado da qual o “Café Central” é uma produção Pixar, grunhidos e algumas palavras em americano, borrifos de água, uma vareta a bater nas canelas. O olfacto? Devia ter-me cheirado que esta exposição era uma bela merda.

Façam um favor aos vossos filhos: não vão.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Fecha a porta antes de entrar #2

Singapura, Set 2011
Para os habitantes desta cidade, apesar da sua forma mudar constantemente, todas as noites deixamos arroz branco e uma garrafa de água no parapeito. Há uma porta fechada, uma que não pode ser aberta, lá dentro estão todas as suas noites por dormir. Ninguém sabe quem tranca a porta.

segunda-feira, setembro 05, 2011

We don't need this fascist bank scene



Porque razão me há-de o banco cobrar 6€ mensalmente a título de despesas de manutenção de uma conta onde eu tenho dinheiro que, em última análise, estou a emprestar à instituição?

quarta-feira, agosto 31, 2011

Shis, Porto - O regresso (parte 2)


Mais um fim-de-semana no Porto, mais uma refeição no fantástico “Shis” – um almoço logo à chegada -. Ali mesmo à beira do mar revolto da Foz, com uma decoração de gosto mais do que recomendável a muitos dos restaurantes à beira-mar plantados e armados em finos que por cá pululam. O facto de ter reservado com antecedência resultou numa bela mesa.

Deu-se então início ao incrível repasto: umas ostras da outra ponta do país fresquíssimas (das melhores que já comi), sushi de igual qualidade e depois um lombo de bacalhau confitado (de lasca e tempero no ponto), acompanhado com migas de batata e espinafre. O vinho esteve à altura da ocasião: Quinta de Cidrô Chardonnay.

segunda-feira, agosto 29, 2011

Urs Stooss

Spiaggia    2005

"Naufraguei em algumas praias, estendido na areia; assim feliz. Sou desta cidade solar." [F.M]

O meu amigo e promissor escritor Luis Soares deu-me a conhecer a obra de Urs Stooss, um artísta suíço. Gosto mesmo muito.

quinta-feira, agosto 25, 2011

Tomo, que já levaste!


O Tomo é um pequeno restaurante de cozinha japonesa ali ao lado de uma agência do BES perto dos bombeiros de Algés, cujo chef já passou na Embaixada do Japão e no restaurante Aya. O que este sítio também tem de especial é que, quem por lá passa, pode-se até nem dar por ele ou pensar “que coisa esquisita”.

Hoje, começámos por uma salada com pele de salmão e endívias, uma especialidade do chefe. Passou-se então para o sushi to sashimi (30 peças). É sempre uma surpresa quando alguma coisa se destaca em algop que já de si é acima da média: o Tomo tem o melhor atum do país. O sashimi de atum e da respectiva barriga é imbatível. Arrematou-se o repasto com um belo sake quente, pois está claro.