
Dispo-me e entro no mar, perfumado de terra, lavo-me nele, lábio a lábio, há tanto tempo, a terra e o mar.
Imerso na água fria e transparente; com um zumbido nos ouvidos, a boca salgada – nado. Tirar do mar os braços molhados para que se dourem ao sol e fazê-los desaparecer de novo com uma torção de todos os músculos; o movimento da água sobre o meu corpo, a onda que me estica as pernas – e a ausência de horizonte. Na praia, caio na areia, de regresso ao mundo, de volta ao meu peso de carne e ossos, olho para os meus braços onde na pele que seca, ao deslizar a água, surgem as manchas de sal. Temperado de mar.
Gostava que ela estivesse aqui. Que estivesses comigo.
A terra respirava lentamente antes de entrar na sombra. Dentro de um momento, com a primeira estrela, cairá a noite. Mar, campo, silêncio, cheiro a terra, mordo a maçã. Acordo o silêncio.
3 comentários:
tás na praia e falas na " ausência de horizonte"? não faz sentido... pesquiza lá a defeniçao de horizonte!
O horizonte perde-se quando o mar se confunde com o céu.
Não foi preciso "pesquizar", Anónimo. Mas obrigado pela observação.
Really amazing! Useful information. All the best.
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