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Ouço frequentemente reclamações das minhas amigas, os homens não fazem ideia no que diz respeito a planear um primeiro bom encontro. Não querendo ofender alguns dos machos que por aí andam (bem-intencionados segundo me parece), mas a verdade é que os gajos não fazem ideia do que fazer, onde ir, como agir ou o que usar no primeiro encontro.
Eu sei isto por experiência própria. Já tive a minha parte de maus encontros – saídas desastrosas, ao nível da música do Titanic. Contudo, ele há um encontro que perdura como o pior de sempre.
Cheguei a casa dela com as minhas calças de ganga e sweat-shirt favoritas (apesar de não serem lavadas há duas semanas, vesti-as de propósito para a ocasião); ela, por seu lado, tinha um vestido preto acabado de comprar (será que pensava que iamos a algum casamento?). Quando lhe perguntei onde é que iamos, ela respondeu incrédula “Ah. Querias ir a algum lado?” Chegado a esse ponto, devia ter regressado a casa, mas respondi com uma pontinha ligeira de sarcásmo, “Sim, não estava a pensar ver a novela. Deve ser por isso que se chama uma ‘saída’, não?" Tinha pensado num bom jantar (um super menu BigMac e uma Happy Meal para ela, pagava eu e tudo), talvez um filme no Corte Inglês e um balde de pipocas para dividir (pagava ela); mas não, tudo o que tive foi um passeio na Amadora que culminou com uma seca de uma hora no parque a vê-la fumar, comer pastilhas, olhar-me nos olhos, abanar a cabeça, suspirar, e vice-versa. Quando finalmente chegámos a casa dela, ela disse-me que tinha adorado e perguntou-me se eu queria voltar a sair outro dia.
Respondi-lhe educadamente “antes preferia ser sodomizado pelo macaco Adriano".