quarta-feira, abril 29, 2009

Dá cá um voto toma lá uma batata



Há já muito que os políticos distribuem presentes aos eleitores para ganharem votos. Tenho a certeza que recuando ao velho Império Romano – quando ainda era uma democracia – encontraríamos políticos a dar aveia ou qualquer outra coisa para ter um lugar no Senado.

Os políticos portugueses não são diferentes. Eles prometem coisas e levam para casa a bicicleta depois de serem eleitos. Isto não é ilegal, é apenas o negócio da política. Noutras democracias um pouco menos desenvolvidas, chamam-lhe suborno e é feito às claras. O Brasil é conhecido pelas caipirinhas, havaianas e pela compra de votos.

O Irão não é diferente. Contrariamente ao que muitos possam pensar, aparentemente, o Irão é uma democracia – embora uma bastante limitada pelo poder eclesiástico. Os candidatos iranianos ao parlamento e à presidência têm que concorrer em eleições livres. E o macaco conhecido como Mahmoud Ahmadinejad é um desses candidatos às eleições de Junho. A economia tem sido arruinada pelas suas políticas populistas e pelas sanções devido ao programa nuclear do Irão, e muitos iranianos sentem-se envergonhados por serem governados por um símio; o presidente ultranacionalista não terá uma reeleição fácil. Ora, sendo um brilhante macaco, em vez de delinear novas políticas, ele escolheu um caminho mais fácil, pavimentado a batatas. Sim, batatas.

Aparentemente, isto é quanto basta para assegurar votos entre alguns iranianos. Podemos censurá-los? A situação económica é um quadro de miséria e tem vindo a piorar, não surpreende que muitos iranianos aceitem batatas. Que ganhe a melhor batata!

segunda-feira, abril 27, 2009

Pigs Online!



R: "Portugueses que se vacinaram contra a gripe estão parcialmente protegidos"... mas que quer isto dizer? Que ficam protegidos da gripe, mas continuam a ser suínos?
L: Se calhar é por serem apenas "meio-porcos".

R: "PSP impõe número de detenções mínimo por esquadra".
L: Já estou a imaginar a cena... agarram o gatuno em flagrante e dizem "tás com sorte, já atingimos os objectivos".
R: Ou pior, para atingirem os objectivos começarem a ser super exigentes e lixados com infracçõezinhas minimas.
L: Tipo "com que então a pôr o dedo no nariz... faça o favor de me acompanhar à esquadra sáchavor!"

Nota: Conversa ainda fresca, via messenger, com o meu amigo R. a propósito de notícias (reais) no Público Online.

quinta-feira, abril 23, 2009

O comunismo é uma bela merda!



Ele há ainda cinco países no mundo que continuam a eleger o comunismo como a sua ideologia. Claro que quando se fala em comunismo, eleger é provavelmente a palavra errada. A República Popular da China, Vietname, Coreia do Norte, Cuba, e Laos são os últimos redutos desta estrutura opressiva.

"O comunismo é uma sociedade baseada na propriedade comum, cujos governantes gerem através da aplicação da razão."

Boas intenções, má aplicação. O problema aqui é a palavra ‘governantes’, o que significa que um líder auto-proposto consegue aplicar a ‘sua razão’ no modo como vives. Se tivesses o azar de nascer num país comunista, não terias liberdade para escolher:

• A tua religião (mesmo para quem, como eu, é simultaneamente Jedi e ateu)
• A tua profissão
• A tua liberdade física (corte de cabelo, roupa, algemas de peluche,...)
• Os teus Favoritos no teu browser de internet favorito

E então? Porque estou eu a perder o meu tempo a escrever isto? Bem, aproxima-se a comemoração da revolução e, por estas alturas, fala-se do comunismo como aquilo que libertou o país da ditadura. Não foi. Tal como não é a solução para a crise. A verdade é que os comunistas não são donos da revolução (pudessem eles e viveríamos hoje num regime ditatorial como o Norte Coreano, que eles definem como democrático).

terça-feira, abril 21, 2009

O homem de papel



O homem contou-lhes histórias, falou-lhes das pessoas que trabalham para os outros. Falou-lhes de flores que comem insectos, de pássaros, do rio e do mar. E eles, ao escutar as palavras do homem de papel já não choraram mais, riram-se em vez disso. O seu coração de papel dava saltos no peito. E o homem sorria lembrando-se do pássaro escondido no bolso.

segunda-feira, abril 20, 2009

O Sistema é um problema



Por vezes mais do que as suficientes, este país dá-me cabo dos nervos. Os portugueses têm uma (entre muitas) ideia exótica de que a prisão serve, na realidade, para ajudar as pessoas que para lá vão: para as tornar pessoas melhores; para as preparar para a sociedade de consumo imediato. É um lindo ideal, digno de um filme qualquer da Disney. Infelizmente, a realidade é a de um povo que se atribui a si mesmo um crédito muito acima das suas possibilidades.

Bem vindos a Portugal, um subprime feito nação!

quinta-feira, abril 16, 2009

Réplica


Gerhard Richter (Station, 1985)

Quem sabe se no fundo dos humanos não encontraremos, em miniatura, uma réplica do nosso mundo, mais tranquilizadora que o verdadeiro, uma miniaturização na qual se concentra uma solidez que não compreendemos totalmente. Talvez as casas de bonecas (e bonecos) nos ajudem a entender-nos melhor, a não temer tanto esse mistério da vida que não podemos alcançar.

segunda-feira, abril 13, 2009

Do Papa Bento para os Doentes Terminais



Na homilia de Lourdes, o papa disse que os doentes deveriam rezar para encontrar "a graça de aceitar, sem medo ou amargura, deixar este mundo na hora escolhida por Deus." O Vaticano afirma com veemência que a vida deve continuar até ao seu fim natural. O prolongamento da vida através de máquinas é natural?

terça-feira, abril 07, 2009

Jesus & The Bunnies



Dou por mim a pensar no mesmo, Páscoa após Páscoa. Não acham curioso que os Cristãos, pertencentes a uma religião que se afirma como séria ao ponto de querer recuperar as missas em latim (pudessem alguns sectores mais ortodoxos, a inquisição e a fogueira para quem for apanhado de preservativo em riste), celebrem a morte do seu Messias comendo coelhos de chocolate?

quarta-feira, abril 01, 2009

Agora vivo



A casa como barco no alto mar de Agosto. As ruas como carruagens de noite sossegada. Coisas que passam no mundo. Agora vivo. E tu olhas-me, decidida a existir e, no fundo dos teus olhos, existe também o mundo. E eu contigo.