No fundo somos um blog de conversas de sofá, é o que nos apetece no momento. Cuidado para não entornar o copo de vinho tinto. Põe a música mais alta. Hummmmm, tiramisu...
segunda-feira, outubro 27, 2008
Reflexões a 12,000 metros
A esta altitude, Lisboa é apenas um conceito, um tabuleiro de xadrez de prédios e automóveis que imita a página central da revista do meu vizinho. A este ponto da minha viagem estimo que a distância entre mim e os meus sentimentos é aproximadamente a quilometragem entre Lisboa e o Porto. Derreto-me na textura, o cinto apertado, e desapareço entre a minha chegada e o almoço de hoje.
Estou um pouco aborrecido, um pouco mais velho e estranho. Começo a divagar e a reflectir na vida que adoptei: um tipo de vida em que os homens lançavam arpões a alguma coisa muito maior e provavelmente melhor que eles próprios, querendo matá-la, querendo ver grandes nuvens de sangue para provar que existem. Imagina nascer e crescer, passando 38 anos pelo mundo a uma velocidade inimaginável; imagina um século como um quarto tão grande, um corredor tão comprido, em que poderias viajar uma vida e nunca encontrar uma porta, até teres esquecido que existem coisas como as portas.
Navego pelo ar a 12,000 metros, reflectindo no que me esqueci de saber, lembrando sorrisos que abracei. Aqui estou a 12,000 metros e mais perto da Terra do que alguma vez estive.
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2 comentários:
lembrar sorrisos é bom
um beijo e um sorriso, para te lembrares do meu ;)
beijo, sr. gato
sim, lembro-me do teu sorriso. ele há sorrisos que não se esquecem.
beijo, m.
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