O admirável imundo novo

Vem aí a caminho a matrícula Magalhães (acho que soa um pouco melhor do que Matriculex), esta maravilha da técnica transmite a identificação do veículo para um pequeno receptor, cujo output pode ser gravado localmente ou enviado para o José Magalhães. Um pequeno detector pode identificar dúzias de veículos em simultâneo, a qualquer velocidade num raio de 9,144 km. A matrícula parece normal, mas tem um chip implantado não visível nem removível. É alimentado por uma bateria própria durante mais de 10 anos.

O meu receio é que o uso de semelhante tecnologia seja uma forma de o Estado se tornar omnipresente à semelhança de DNS (Deus Nosso Senhor). A razão para tal preocupação prende-se com o direito à privacidade, com o poder circular sem que os meus movimentos sejam seguidos por um bronco qualquer.

A merda dos toques de telemóvel

Vou começar por dizer que este post não deveria ter que ser escrito. Porque num mundo perfeito não teríamos este problema. Mas nós não passamos o dia numa utopia a coçar a virilha, dada a ausência de problemas. A praga de que vos falo no pensamento do dia … a merda dos Ringtones. Não o som normal do toque do teu telemóvel, não, mas as músicas que descarregam com o objectivo específico de arruinar o dia a todos nós que não usamos o telemóvel para essas merdas. Estou-me a defecar qual é a música, até pode ser a que ouvi hoje no leitor de cds do carro. É cruel e não acho nada normal.

Não me vou ficar apenas por aqui. Isso seria imaturo. Em vez disso, irei apontar algumas razão que fundamentam este meu ódio profundo. Aqui vão os meus fundamentos para o argumento que os ringtones não só não deveriam existir como quem os exibisse em público deveria ser apedrejado até à morte.

1. O som que sai do telemóvel é horrível. Já disse que não interessa a merda da música que é. Soa como se a música estivesse enfiada numa lata de atum, e a usar o último fôlego a gritar por ajuda. “Tirem-me daqui, caXXlho!” Nada agradável.
2. O pessoal gosta mesmo muito do seu ringtone! Já os vi deliciados a ouvir o toque de uma ponta a outra, in repeat, e perder a chamada. Isto não só contraria o propósito para que foi concebido um toque de telemóvel, mas também enfatiza o irritante que é ouvir, vezes sem conta, o loop de 30 segundos da canção favorita da besta. É que nem a merda da música inteira!
3. E temos que ouvi-lo outra vez e uma vez mais e outra p’ró caminho e escuta-me esta cena … Já disse que não me importa a merda da música que escolheram. Qualquer música que surja, depois de repetida vezes sem conta (sim, aquela da rádio), vai chegar a um ponto em que desejas ter nascido surdo. Lembras-te do “Gabriel” dos Lamb? Porra, já não a consigo ouvir.
4. Os ringtones custam mais do que a própria canção! Podem comprar a canção complete por 99 cêntimos, e estão a pagar 2 ou 3 euros por um ringtone! Eu sei que isto não me afecta, mas a verdade é que estes euros estão a dizer a quem vende ringtones que o deve continuar a fazer. Deviam ter vergonha, os acéfalos de merda.
5. Mesmo que só ouçam a canção uma vez, o mais provável é terem escolhido uma bem merdosa.

Caso necessitem de algum esclarecimento, é só ligar.

A sala seguinte

Está tudo preparado para o corte. As facas fumegam. O abdómen marcado. Debaixo de panos brancos há algo que geme. "Senhor Doutor, está tudo pronto."

A primeira incisão. "Pinças!" Algo púrpura mancha os panos. Mais profundo. Os músculos: húmidos, brilham frescos. Há um ramo de rosas na mesa? É pus o que salta? Terão cortado o intestino?

"Doutor, se fica à frente da luz nem o diabo consegue ver o diafragma. Anestesia, não consigo operar, este homem vai-se junto com o seu estômago." Um silêncio pesado. A enfermeira passa algodões esterilizados.

"Não consigo encontrar nada nesta porcaria!"

"O sangue já está a ficar escuro. Tire-me a mascara!" Por fim: aqui está! Desta vez tiveste sorte. A coisa estava quase a perfurar-se. "Estás a ver esta pequena mancha verde? Mais três horas e o estômago enchia-se de merda."

Barriga fechada. Pele cosida. "Bons dias, senhores." A sala fica vazia. A morte escorre para outra sala.

O lado negro das coisas fofas

Todos os anos, recebo algumas cartas de amigos que tiveram um Dia do Namorados de merda. Ainda não recebi nenhum email a dizer o contrário... Ok, a minha mãe não conta.

Este dia em particular faz com que as pessoas se sintam mal por não terem um amor na sua vida, e tudo por causa de um feriado fabricado. E para quem tem a sorte de ter alguém, a pressão é de tal ordem que lhes dá para marcar casamento, noivado e baptizado no Dia de S. Valentim. Não é nada pessoal mas estas pessoas metem-me nojo.

Mesmo que tenhas uma relação saudável (não, com a tua mãe não conta), dás por ti a stressar mais do que o Sócrates ao ouvir falar de compras no Freeport, especialmente se fores gajo ou a lésbica que não usa esfoliante. Porque fazes isso a ti mesmo? Ignora este dia de merda, independentemente de teres namorada, namorado ou ovelha. O que eu recomendaria para este dia? Ok, aqui vai disto!

1. Evita os locais onde vão os casalinhos: miradouros, restaurantes, cinemas, centros comerciais, Clínica de Los Arcos... Faz qualquer coisa para ti, lá em casa.

2. Aluga um bom filme, tipo “Reservoir Dogs”.

3. Se te quiseres divertir, passa por aquela papelaria, por volta das 18:34, e observa bem o desespero dos gajos a escolher a merda de um cartão. Ou, passa à porta daquela florista merdosa da Av. Roma (sim, a Romeira) e vê os gajos a lutar pelo último ramo de rosas cor-de-rosa embrulhadas em papel celofane “I love you”, na esperança de uma sessão de sexo a seguir à sobremesa.

Como diz o meu irmão: “é demais!”

Sindroma do Cheiro a Peixe

Muito raro. Quando o corpo não consegue produzir uma substância conhecida como FM03 (mono-oxigenase 3) e como resultado, a sua capacidade para quebrar a Trimetilamina é reduzida. O resultado é muito desagradável pois o suor, urina e hálito da pessoa libertam um intenso odor a peixe ou a ovos podres.