quinta-feira, maio 11, 2006

No metro

É curioso ver como os limites de tolerância ao desconforto, formas de vida, prioridades variam conforme a sociedade onde estamos. Em Londres as pessoas vivem em quartos alugados grande parte das suas vidas, partilham a casa de banho com desconhecidos, no frigorífico da casa tem direito a uma prateleira e suportam o cheiro das cenouras em avancado estado de decomposição da outra prateleira.

Lembro-me de quando cá estive a viver (estou a escrever de Londres) o Harpic era o meu melhor amigo, a rotina matinal. Tudo correu mais ou menos mal ate o quarto do fundo ter sido ocupado por uma inglesa que assaltava o frigorífico.

Em Lisboa as pessoas ficam escravas da casa, da prestação do banco, dos impostos municipais, ao condomínio e das 1001 cartas que chegam todos os anos/meses com novas contas que nunca ouvimos falar.

Estilos de vida... Opções?

Eu? Nunca mais comprei Harpic. Mudei de marca...

1 comentário:

anoeee disse...

Pois é! Eu tenho sempre a sensação de que estar noutro país, especialmente se falares a língua, é ser outra versão daquilo que és.
Em Inglaterra senti-me inglaterrado! E era uma pessoa um pouco diferente, vivendo de forma diferente.
A ser assim, se calhar devíamos procurar o país que permita a cada um sentir-se no seu melhor!
Eu ainda não encontrei o meu. Por agora ainda acho este o pior dos países, à excepção de todos os outros. :)