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Noite dentro, na periferia de uma grande cidade, eles entraram e apanharam-no. Era ilegal, uma violação da soberania e o país que o alojava iria mais tarde gritar assassinato. Quando saíram as notícias do ataque e o resultado foi o que se viu, enquanto o mundo pulava de alegria, foram postos de lado quaisquer sofismas sobre direito internacional.
A operação de que falo é, claro, o rapto de Adolf Eichmann na Argentina por um esquadrão Israelita em 1961 — um evento cuja audácia foi rapidamente canibalizada por um acontecimento ainda mais extraordinário, o de levar Eichmann a julgamento em Israel, com advogado de defesa incluído no package e um processo que muitos criticaram na época como dolorosamente lento, excessivamente respeitoso para um homem cuja identidade e culpa eram inquestionáveis. A mera e bem remota possibilidade de inocência era uma afronta aos sobreviventes.
[...]
Vencer é derrotar um inimigo. Essencial para a vitória é o respeito para com os vencidos. Isto pode envolver misericórdia, mas não necessariamente. Olhem para qualquer vencedor e irão encontrar algum mecanismo através do qual o respeito e reconhecimento podem ser demonstrados. Os Mongóis massacravam os seus inimigos — e depois davam os seus nomes às suas crianças. Os Romanos torturavam os rebeldes como entretenimento público (tipo tourada) — e depois ofereciam a Pax Romana aos seus seguidores.
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