terça-feira, maio 17, 2005

Se nos encontrarmos de novo

Um livro poético, uma história de amor da escritora portuguesa Ana Teresa Pereira, que representou, para mim, uma mudança inesperada de sentido, de força, de crenças e de esperança.

No antes, a vida andava mais cinzenta, mais triste, a razão ia ganhando terrenho à minha capacidade de sentir. Parecia que os velhos dilemas da adolescência voltavam para redescobrirem respostas apoiadas na razão. A minha velha frase, sempre dita com desfaçatez, voltava a martelar na minha cabeça: o amor não passa de um bug do sistema operativo. A crença, confusa e racional, de que a consciência humana é uma ilusão, que não passa de uma armadilha da mente para acreditarmos que somos mais que máquinas biológicas, o Ghost in the machin.

O livro falou-me de amor, do amor entre duas pessoas que não se entregaram a sentimentos não absolutos, que esperaram um pelo outro, mesmo sem saberem o que o destino lhes reservava, que não tiveram medo da solidão porque o seu íntimo era maior que qualquer companhia não inteira.

É bonito o amor...

Enquanto alguém acreditar que o amor existe eu também posso acreditar.

Foi assim que entrei no mundo da Iris Murdoch para não querer voltar a sair.

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