quarta-feira, maio 11, 2005

Os olhos de Isa

Nos olhos de Isa a chuva grita e a noite
Acende fogueiras.

Os meus olhos param. Nos olhos de Isa.

Oh, nos olhos de Isa espreguiça-se a madrugada
E o vento acorda para ajudar os pássaros a voar
E as árvores a acenar-lhes uma bandeira de folhas, uma tristeza verde.

Nos olhos de Isa.

Nos olhos de Isa a manhã explode num inferno de estrelas,
Num clarão de silêncio, em estilhaços de rosas, pétalas de sombra.

Nos olhos de Isa os poetas vagueiam num bosque de mel
Onde as abelhas constroem a tarde
Desesperadamente.
Nos olhos de Isa ninguém repara na minha solidão.

Joaquim Pessoa

9 comentários:

Anónimo disse...

Tenho uma amiga Isa, mas não é a mãe do Quixote Carlitos...

Carlos Gouveia disse...

Isa... já não ouvia esse nome há muito tempo.
Não sei onde ela está agora, mas gostava que estivesse em Coimbra. Passaram 4 anos.
Isa é abreviatura de Luísa. Mas eu conheci primeiro a Lu. Lu-a-real.

Ainda não tenho coragem para escrever a minha história com a Isa.

Fiquei surpreendido. E estranho ao mesmo tempo.

Carlos Gouveia disse...

Que sensação, não consigo deixar o poema.

Anónimo disse...

A Isa também beijava com os olhos, Quixote?

Lu disse...

Eu só conheço a Luísa que sobe a calça...

"Luísa sobe, sobe a calçada,
sobe e não pode que vai cansada.

Sobe, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe sobe a calçada."
António Gedeão

Unknown disse...

Há olhos assim: que regressam a nós, sorriem e nos beijam, parecendo dizer-nos "vê lá se não te esqueces de mim".

Lu disse...

É verdade. Eu conheço um ou dois pares de olhos assim.

Carlos Gouveia disse...

Beijava com os olhos a sorrir, quase em modos de feitiço.

anoeee disse...

redescobrindo pessoa soa
andando perdida na brisa Isa
caída no paroxismo cismo
dançando através do sonho sonho