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Estamos aqui. Interrogamos símbolos persistentes.
É a hora do infinito desacerto-acerto.
O vulto da nossa singularidade viaja por palavras
matéria insensível de um poder esquivo.
Confissões discordantes pavimentam a nossa hesitação.
Há uma embriaguês de luto em nossos actos-chaves.
Aspiramos à alta liberdade
um bem sempre suspenso que nos crucifica.
Cheios de ávidas esperanças sobrevoamos
e depois mergulhamos nessa outra esfera imaginária.
Com arriscada atenção aspiramos à ditosa notícia de uma perfeição
especialista em fracassos.
Estrangeiros sempre
agudamente colhemos os frutos discordantes.
Ana Hatherly
2 comentários:
Fizeste-me lembrar a inocência anterior a essa ansiosa fruição do mundo... Como aquele poema das «Asas do Desejo»...
Adorei a exposição do centro de arte moderna sobre a Ana Hatherly, quando as letras se misturam com as imagens.
Nunca cheguei a ver o filme "asas do desejo", uma grande falha! Gostei o poema.
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