quinta-feira, novembro 17, 2005

Terror as usual



O mundo foi mais visitado pela violência colectiva (em termos absolutos, e provavelmente em valores per capita também) nos séculos XX e XXI do que em qualquer outro período nos passados 10.000 anos. A expansão Mongol e os 30 anos de guerra na Europa foram tempos de terrível destruição. Mas o que as primeiras guerras despoletaram não é nada comparado às mortes e ao extermínio de civis características dos conflitos deste século. Entre 1900 e 2004, o mundo produziu 250 novas guerras, internacionais ou civis, nas quais a média de baixas (política e correctamente designadas como danos colaterais) ultrapassou um milhão de mortes por ano; isto significa cerca de 3 novas guerras por ano. Tudo somado, então, morreram cerca de 100 milhões de pessoas neste século como resultado directo da acção militar apoiada por um qualquer governo. Um número semelhante de civís terá morrido vítima de doenças potenciadas pela guerra e outros efeitos indirectos.

Esqueçam a gripe das aves, as pessoas "caem que nem tordos" desde há muito. A pandemia já vem de longe, e está para ficar. Tudo acabará com o último homem.

6 comentários:

Unknown disse...

basta a imagem

a bestialidade não ficou na pré-história

black_bri disse...

Estou de acordo com a rsd. Basta a imagem. Mas tenho de dar os meus parabens ao autos do texto (L.Gato). Gostei muito. E ja agora aproveito para te dizer. Obriga pela msg que deixas te na minha ironia sobre o "Senhor". è que às vezes ouvimos tanta coisas, que nos limitamos a reter a frase mais marcante. E só queria que a pessoa que o disse me confirmasse se era aquilo. Porque se é a filosia de vida dela. Não vai longe.

Lu disse...

As usual...
Make love not war!
Fiquei com vontade de me manifestar...

anoeee disse...

O problema é que só pode haver paz no mundo e igualdade entre as pessoas quando:
a) houver mais recursos (o que implica sermos todos vegetarianos, uma vez que a produção animal consome muito mais recursos do que a produção vegetal);
b) colonizarmos um planeta ou a lua e pudermos mandar para lá uma grande parte das pessoas;
c) as pessoas concordarem em limitar o número de filhos de uma forma sadia e não cruel (planeamento vs. infanticídio e aborto).

Quanto à violência colectiva, acho que isto sempre foi assim. A diferença é que antes éramos uns poucos milhões a viver aqui e, agora, somos 6 bilhões.
Se considerarmos a proporção de massacrantes/massacrados através da história acho que íamos encontrar uma regularidade espantosa. A natureza humana é a mesma em toda a parte, já dizia a Miss Marple, e as razões para a barbárie também.

Só através do esclarecimento de toda a humanidade poderemos atingir a concórdia.
Na BD «O Incal», do Moebius e do Jodorowski, o herói, John DiFool, consegue que toda a humanidade se una em concordância e por um objectivo comum: salvar o universo entrando no estado de «sono teta». Na realidade, muita gente acredita que a via do esclarecimento universal é utópica e que só a repressão permite unir todos.
Há dias em que me parece ser assim, mas prefiro achar que vale a pena tentar a união.

Concordo contigo Purykura, mas é preciso fazer amor a uma grande escala... Universal. Talvez se mostrarmos o caminho os outros nos queiram acompanhar.

Alexandre disse...

Mesmo depois deste excelente texto e do comentario esclarecidissimo da anoee, continuo a achar que o homem foi um erro da natureza.
Não sabemos respeitar a Terra, que alías, já existia muito antes de nós, e quebramos o ciclo da natureza, é ridiculo.

Simplesmente, estamos cá a mais!

Lu disse...

Também acredito que estamos a mais e que vamos acabar com isto tudo. Antes de nós nem sequer existia o conceito de Deus, a mais perfeita invenção do Homem.

Mas já que cá estamos... vamos aproveitar para fazer o nosso melhor...