Ontem foi o dia da Chuva. Eu adoro a chuva. Na escola achavam-me doida porque eu gostava de abrir os braços, avançar para o céu aberto e deixar a roupa colar-se ao corpo gota a gota. Hoje em dia seguro o corpo, é isso que fazemos quando envelhecemos, mas deixo o pensamento voar, abro as janelas, inspiro os vapores da terra quente e quando posso sinto as pingas frescas a aquecerem à medida que escorregam pelo pescoço.
3 comentários:
Costumava andar à chuva até chegar àquele ponto em que parece que estás dentro de água porque já não podes ficar mais molhado! Andar, a imaginar músicas dos Cure, orações primitivas, danças da chuva... Ver o céu aberto e sentir o cheiro a terra a entrar por mim adentro. Aquele cheiro!
Ou então ir para a praia debaixo de uma chuvada e sentar-me a ver o mar, debaixo de chuva.
Às vezes, olho para o céu e ouço dentro da minha cabeça o Prayers for the Rain...
Ai que saudades dos passeios sem destino pelas ruas de Lisboa, molhada até aos ossos e sem frio! Agora até tenho frio de tomar banho no mar no Argarve. Não percebo.
«I remember the time that you rained all night
The queen of Siam in my arms
Remember the time that the islands sank
But nobody opened their eyes
(...)
Remember the time that the sky went black
We waited alone on the sands
Remember the taste of the raging sea
But nobody held out their hands
Somebody died for this
Somebody died
For just one kiss»
...
Ninguém fala da chuva, do mar e do amor como os Cure!
Enviar um comentário