sexta-feira, julho 22, 2005

MJ

As palavras de lama caem da sua boca de batráquio. Há apenas o som da sua queda, ruidoso e próximo. Tenho que matar a imagem deste ser de uma vez por todas, que se transforme em pedra. Que deixe de viver como um parasita, alimentando-se com a desgraça do outro; sendo feliz com a nossa miséria.
O tempo não lhe irá trazer alívio; todos lhe mentiram. Quem lhe disse que o tempo iria aliviar a sua dor! Está tudo na sua cabeça, e nada tem a ver com felicidade. A sua cabeça é um grande pedaço de irreversível nada. Decide acabar com a memória de uma cama vazia, onde apenas tem a companhia dos seus pelos e de nódas a quem já deu nome.
Não pode fazer crescer uma recordação quando ela nunca o foi. O amor nunca o foi; morreu como a mente morre. O desejo puro expirou.

O arrependimento é inútil. Não chores pelo que deves limpar, pelos erros do passado, pela dor: eles hão-de acompanhar-te sempre! Morre! Deixa as tuas veias correrem frias. Desaparece; não haverá flores para ti.

2 comentários:

Unknown disse...

O despreso e a raiva são da mais absoluta inutilidade.
Tudo nos constrói, o bom e o mau.
A vida é sempre a vencedora até que a morte física o impeça. E o esquecimento da idade trata sempre de conservar as boas memórias noutro recanto qualquer.
às vezes só se quer matar o outro... mas não será essa a mais flagrante prova de amor: da importância que tem para nós?

Unknown disse...

Há pessoas verdadeiramente feias, por fora e por dentro. Não me vou fingir perfeito, ninguém o é. Como as personagens Lynchianas temos o melhor e o pior dentro de nós; e, a verdade é que há pessoas em que o melhor é o pior de outras.
Não se trata de uma ex-namorada mas sim de alguém verdadeiramente desprezível. Provavelmente, ela pensa o mesmo de mim.
As pessoas que amo, quero-as vivas.