Estive com Silvia, estava mais bonita, com um brilho especial no olhar. O brilho dos sentimentos desmedidos, das promessas loucas de amor, dos sonhos de vida em Marte.
A minha visita prolongou-se além dos 60 minutos habituais, falámos como velhas amigas à procura de um conforto num dia quase cinzento, quase azul.
Falámos de tantas coisas, do javali do ronco ameaçador, da praia sem acessos ideal para uma noite inesquecível, de como o sorriso inocente de uma criança pode ser tão maravilhoso, do desejo/projecto adiado de abandonar o nosso lugar para desbravarmos novos caminhos...
No fim ela escreveu num papel dobrado e velho as coisas que eu lhe disse e deu-me um postal com o nome da aldeia espanhola perdida no meio de uma serra, uma aldeia que só vem nos mapas mais ambiciosos, que tem javalis e um tanque de pedra cheio de flores.
Também gostei do corte de cabelo.
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