No fundo somos um blog de conversas de sofá, é o que nos apetece no momento. Cuidado para não entornar o copo de vinho tinto. Põe a música mais alta. Hummmmm, tiramisu...
sexta-feira, agosto 26, 2005
Antes do Amanhecer/Antes do Anoitecer
Lembrei-me de falar destes filmes. Uma amiga minha recomendou o “antes do anoitecer”, dizia-me entusiasticamente que eu seria a única pessoa, talvez com ela, que não apanharia o avião.
Acabei por ver primeiro o “antes do anoitecer” e apanhei o avião quase sem hesitar. Pensei que a forma de não destruir um amor seria não leva-lo até ao fim. Identifiquei-me tanto com a personagem feminina, com as crenças e motivações, quase me senti observada.
Depois vi a sequência “antes do amanhecer”/”antes do anoitecer” e decidi ficar em terra.
No “antes do amanhecer” dois estranhos encontram-se num comboio no meio da Europa. Saem em Viena porque era o destino dele e ela aceitou fazer uma paragem para desafiar o dela.
No “antes do anoitecer” eles voltam a encontrar-se, em Paris.
O que é que fica de um grande amor? Será possível uma pessoa ser feliz quando deixa um grande amor para trás?
Não sei responder a estas perguntas. Mas o melhor é mesmo não deixar nada para trás e adiar a viagem de avião.
Numa partida adiada, se o avião cair, no último milésimo de segundo teremos o conforto de que pelo menos lutámos por aquilo que queríamos, mesmo que tenhamos falhado.
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7 comentários:
saber que quem amamos está vivo é sufuciente para a felicidade de cada dia... por mais longe que esse alguém possa estar.
São dois filmes absolutamente belos. Ethan Hawke e Julie Delpy são únicos.
Talvez lhe atribua a contra-indicação de deturpar a realidade ao espectador: não existem caras-metade.
Pois eu sou de opinião que é mesmo esta a estrada da vida: os idealismos e romantismos da juventude e a dura realidade do amadurecer. Existem caras metade, sim! Existe uma alma gémea, sim! Acontece que muitas vezes temos medo e apanhamos o avião. Ou até não temos medo, até estamos em terra, mas a outra parte apanha o avião em direcção à realidade e deixa o mundo da fantasia, a terra que partilhamos e nunca saberemos o fim da história.
Até onde vale a pena ir? Saberei quando chegar.
Eu acredito que exista a nossa outra parte. E está aí em algures...
As caras metade só existem enquanto acreditamos nelas. No fundo não faz muito sentido. E ao mesmo tempo é o que dá magia à vida! É bom viver com magia.
Estava à espera de um comentário diferente do L Gato.
O filme é cheio, intenso, real e completo.
É por a história não ter fim, que há história.
É isso que é inquietante, tb nas nossas vidas.
Joyce, é o que eu gosto nestes filmes. Imaginar o que se segue. É mesmo como a vida, quando pensamos que está tudo programado vem um vendaval e mudamos de rumo.
E ela entrou na livraria anos depois...
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