Esta semana joguei no Euromilhões. Durante semanas defendi que não queria jogar, que não queria ganhar, não queria ser escrava de um prémio de tantos e pesados milhões.
Os vencedores são apelidados de excêntricos. Estranho, só me apercebi da denominação quando estava à procura da chave vencedora na internet, ainda a trabalhar às oito da noite de um sexta-feira.
Confesso que não saberia o que fazer a tanto dinheiro. A dona Josefina diz que compraria casas para os filhos, o senhor Alberto a própria casa e um carro. E depois? À minha volta as pessoas dizem que não queriam saber de casas, que queriam viajar por todo o mundo.
Ter jogado fez-me compreender que o Euromilhões é muito mais que um jogo e um prémio. É uma fonte de inspiração desde o momento em que os números ficam na máquina até ao momento de conferir o boletim.
Será que os 113 milhões seriam suficientes para comprar o David? Ficaria eu presa a uma estátua como Pigmaleão ficou a Galateia? Pigmaleão, o escultor que procurava a perfeição na sua arte recusando-se a olhar para fora dela, acabou por se apaixonar por uma figura perfeita, de pedra, gelada...
Não ganhei...
3 comentários:
Também não querias ganhar, portanto está tudo certo.
eu exercitaria a criatividade... compraria um terreno e construiria um paraiso arquitectonico... expressando a minha alma, livre...
Também pensei em fazer uma quinta hippy com agricultura biológica. Mas com tantos milhões...
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